terça-feira, 13 de maio de 2014

O milagre da vida e outras perplexidades

 
É uma mania como outra qualquer, mas começo sempre a ler o jornal ao contrário. E hoje, uma pequena notícia na última página, muito simples, emocionou-me quase até às lágrimas. 
A história, real, é esta:

Gémeas nascem de mãos dadas após gravidez de risco 
Os médicos de um hospital de Ohio, nos EUA, emocionaram-se após o nascimento prematuro de gémeas, que chegaram ao mundo de mãos dadas. A mãe, de 32 anos, teve uma gravidez de risco, pois as bebés dividiram o saco amniótico e a placenta, algo que só acontece uma vez em cada dez mil partos

Como saber disto sem nos comovermos? Como não pensar no que há de mais maravilhosamente ternurento e inexplicável na simplicidade da vida? 
E depois, na outra ponta do jornal, a sua antítese: a fotografia arrepiante das 223 meninas nigerianas raptadas e sequestradas, arrancadas às suas casas, à sua vida e à sua infância.
E pensei que o que há nelas de comum é que, provavelmente, em pleno terror do que estão a viver, no desepero pela sobrevivência, muitas delas também se darão as mãos.

Então, nem sei porquê, lembrei-me de repente daquelas palavras de Sophia que tanto marcaram a minha adolescência: "vemos, ouvimos e lemos / não podemos ignorar..."
É que, num mundo cada vez mais marcado pelo individualismo, vamos olhando muito pouco à nossa volta, e deixando que quase tudo o que não tem a ver connosco nos seja mais ou menos indiferente.

4 comentários:

  1. Ambas as situações são comoventes.
    Na primeira, o indício de uma vida futura, talvez de mãos dadas. Na segunda, a incógnita que não deveria acontecer.

    Sinto raiva por não poder ajudar a resolver casos como o das meninas nigerianas.

    Beijinho, Isabel.

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    1. O tipo de relação que os gémeos estabelecem entre si é para mim de certo modo um mistério verdadeiramente apaixonante.

      Quanto ao resto, faltam-me as palavras...

      Beijinho

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  2. Espero, fervorosamente, que o milagre da sobrevivência se aplique também às meninas nigerianas e, que o bem consiga vencer a maldade que existe neste Mundo. Arrepiante!...
    Beijinho para si

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    1. Eu também, Teresa, mas mesmo sendo uma optimista, tenho dúvidas... É mais que arrepiante.

      Beijinho

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