segunda-feira, 8 de julho de 2019

Campeones: divertido e tocante



De Javier Fesser, o realizador, confesso que nunca tinha ouvido falar. Também Javier Gutiérrez, o actor principal, não me dizia muito, embora possa já o ter visto alguma vez. Mas é sobretudo o grupo de actores amadores que contribui para o sucesso deste filme, a sensação do ano em Espanha, ganhador do Goya de Melhor Filme em 2019, e também do melhor actor revelação (JesúsVidal) e da Melhor Canção Original, e ainda nomeado para o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro, entre várias outras nomeações e prémios atribuídos. Sobre ele já tinha assistido a inúmeras entrevistas e reportagens e tinha, por isso, muita curiosidade, o que explica que me tenha apressado a vê-lo mal estreou entre nós.
Não me desiludiu. Trata-se de uma comédia, que nos faz simultaneamente rir às gargalhadas e emocionar-nos, porque é feita de sensibilidade,  e porque trata o tema da aceitação da diferença com humor e comoção, sem paternalismos nem receitas, mas antes de forma respeitadora e envolvente. E apesar de um final previsível, não deixa de ser um filme de superação e de humildade perante o que estranhamos.
Enfim, numa altura em que me incomodam cada vez mais as apresentações de filmes a que assisto, cheias de barulho e de todo o tipo de violência, tiros, pancadaria e efeitos especiais, confirmo, uma vez mais, que o cinema que vale a pena ver é sobre os sentimentos e as relações com os outros; e que tal como um bom livro, um bom filme é aquele que é capaz de fazer de nós melhores pessoas.

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