quarta-feira, 8 de junho de 2022

Eiffel : um filme aquém do esperado



Apesar de ser um filme que se vê com agrado, Martin Bourboulon, o realizador de Eiffel, acentuou a historieta de amor em vez de concentrar o essencial do filme na construção da Torre, o que o tornaria  bem mais interessante.
O reencontro com um amor de passado, que ao que parece existiu de facto, mas não passou disso mesmo, é pois a trama central do filme, relegando quase para segundo plano a história da construção do monumento e essa é, talvez, a grande desilusão para quem esperava ver um filme onde fosse central a polémica que a Torre suscitou na época da sua criação, tornando-se com o tempo um dos mais emblemáticos monumentos não só de Paris, ou de França,  mas do mundo inteiro. 
E mesmo com Romain Duris (sempre extraordinário) e Emma Mackey convincentes nos papéis de Gustave Eiffel e Adrienne Bourgès, mesmo com a interessante reconstituição de Paris do fim do século XIX, o filme sabe a poucochinho, um pouco na linha daquela piroseira chamada Titanic, em que num fundo histórico se cria um melodrama amoroso. Gustave Eiffel terá de facto conhecido Adrienne na sua juventude, mas o reencontro e a motivação para a construção da Torre não passam de ficção.
Valia bem mais, do meu ponto de vista, que a história de amor fosse entre Gustave Eiffel e La Dame de Fer, que foi afinal a ligação que permaneceu para sempre, resistindo incólume à passagem do tempo.