A apresentação de cada livro da Helena Sacadura Cabral é, antes de mais, uma festa. Um encontro de amigos, onde os afectos ganham lugar de destaque. Porque a Helena é assim: uma mulher fascinante e muito terna, de olhar vivo, profundo e perscrutante, a quem apetece encher de beijinhos e de mimos.
O que sempre me impressiona, nestas ocasiões, é a forma calorosa como recebe cada pessoa, o sorriso grande e franco de quem está bem com a vida, a gargalhada sonora e acima de tudo uma certa humildade, que não é de todo falsa modéstia, mas antes a sabedoria de quem não se leva demasiado a sério e sabe rir-se de si mesma.
A Helena, mesmo com o prestígio e conhecimentos que tem, não é de vaidades parvas, nem assume nunca aqueles "ares de grande escritora". E, por isso, é muito fácil sentir-se perto e ser tocado pela sua mensagem, que é sobretudo a da importância do amor.
O novo livro da Helena "O que aprendi com a minha mãe", que ainda mal comecei a ler é, pois, naturalmente, sobre os afectos. Na introdução diz isto: Existem na vida de todos nós pessoas que nos marcam para sempre. Umas, pela presença constante. Outras, pelas sementes que largam no nosso caminho.
De si mesma, diz muitas vezes: gosto de gostar.
Era assim que devia ser sempre. E, na época que vivemos, mais ainda...
E é isto que tem este mundo da blogosfera, para além de um lado negativo que tem também, como tudo, e do qual pude já conhecer uma pequena parte: esta coisa maravilhosa e compensadora de trazer à nossa vida pessoas fantásticas, cuja presença nos acrescenta, ensina e enriquece.
Por mais este livro e por tudo o resto, devíamos agradecer-lhe. Pela minha parte, aqui fica: a Helena é uma pessoa de quem eu gosto muito! E de quem é bom gostar...
(Fotografia de Neuza Ayres)