segunda-feira, 7 de março de 2022

Aniversário


Fazer anos, para mim, é sempre uma grande festa. Gosto de fazer anos, porque há muitas coisas boas que me fazem feliz e porque a vida é sempre para celebrar.
Este ano, pela primeira vez, não tenho a minha mãe fisicamente comigo, mas ela continua presente, todos os dias, na minha memória e no meu coração; e tê-la tido durante tanto tempo é muito maior e melhor do que a falta que agora, às vezes, ainda sinto que ela me faz.
E depois, não me posso queixar de nada. Tenho saúde, trabalho, uma casa linda pela qual vivo apaixonada e onde me sinto muito bem, alegria, felicidade, o mar aqui ao pé, este magnífico sol de Lisboa, e mais coisas... Na verdade, não me falta nada.
Mas o mais importante de tudo são os afectos. São as pessoas que eu amo e me fazem sentir querida, é um leque de amigos que me mima muito,  que me apoia e  compreende, mesmo quando não concordamos, que me aquece a alma; é esse lado mais sorridente da existência, que faz que ela valha verdadeiramente a pena. Acho que nunca saberei agradecer-lhes com palavras tudo o que me dão, mas nestes tempos em que o mundo parece que ficou louco de repente,  viver a tranquilidade deste dia cheio de amor é um oásis de paz, que me faz sentir abençoada e muito, muito, agradecida.

quinta-feira, 3 de março de 2022

Bardem: um actor sublime

Quase vinte anos depois do memorável Los Lunes al Sol (2002), a dupla Fernando Léon Arenoa (o realizador) e Javier Bardem (o protagonista) voltam a reunir-se num filme que tem como pano de fundo o mundo laboral e que já lhes valeu seis prémios Goya: melhor filme, melhor actor, melhor realizador, melhor montagem, melhor música, melhor guião original.

Javier Bardem é um dos mais notáveis actores espanhóis e, na verdade, todo o filme é ele. Aqui, como o "patrão", dono de uma empresa familiar de balanças industriais, "Basculas Blanco", numa interpretação magistral que nos faz conseguir empatizar com a personagem, apesar do seu lado cínico, manipulador e sem escrúpulos, disposto a tudo para atingir determinados fins e manter as aparências.

Há actores que fazem qualquer filme valer a pena. Javier Bardem é um deles. E, mesmo muito bem acompanhado, como é o caso, com Manolo Solo, Almudena Amor, Óscar de la Fuente, é por ele, sobretudo, que vale a pena ver esta sátira social, plena de humor e malícia, um comédia negra deliciosa, muito divertida e com momentos verdadeiramente hilariantes.

E que bom que é voltar ao cinema!