Isto e aquilo
segunda-feira, 1 de março de 2021
O bom tempo, a Primavera e tudo
terça-feira, 16 de fevereiro de 2021
Dia de Carnaval
domingo, 7 de fevereiro de 2021
Capitão Von Trapp
Para a minha geração, para muitas outras, decerto, Cristopher Plummer, será para sempre o Capitão Von Trapp. Pode ter, ao que parece, ganhado um Óscar, já tardio, ter tido uma carreira cheia de prémios e sucessos, mas a personagem do filme de Robert Wise, de 1965, colou-se-lhe à pele como uma tatuagem, perseguiu-o a vida toda e será por ela que sempre será lembrado.
Goste-se ou não, para quem tem mais ou menos a minha idade, o filme The sound of music ("Música no Coração", em português) marcou a nossa infância e até um pouco para além dela, nem que fosse porque passava repetidas vezes na televisão, especialmente na tarde do dia de Natal. Lembro-me muito bem de o ter visto pela primeira vez, teria uns cinco ou seis anos, no cinema Tivoli, e de essa ser uma das minhas mais antigas memórias cinematográficas.
Como esquecer, pois, aquele capitão austríaco, tão austero, que se revela depois sensível e apaixonado pelo poder transformador do amor e da música. Como esquecer Julie Andrews e o seu grito The ills are alive with the soud of music, objecto de inúmeras piadas e tantas private jokes que nos acompanham desde sempre. Como esquecer as canções daquele filme mítico que faz parte das nossas vidas?
Cristopher Plumer morreu esta semana. Mas o Capitão Von Trapp permanecerá inesquecível para mim, para nós, e seguirá no nosso imaginário, a cantar de forma doce, quase pueril, Edelweiss:
domingo, 31 de janeiro de 2021
Para lá do imediato
E se lhe parecia às vezes que tudo era só inquietação e desamparo, se prevalecia a nostalgia, a tristeza e o desencanto incerto dos dias e horas por viver, se muitas saudades lhe doíam no peito, não podia deixar de pensar no privilégio de uma vida ainda assim segura e tranquila, quando tantos sofriam e se afligiam muito mais e por tantas razões de peso; e logo procurava mil afazeres e ocupações na esperança de ignorar ou esquecer as perguntas e preocupações que lhe atravessavam a alma durante as horas tão imensamente vagarosas daqueles dias.
(Fotografia de Luísa Correia, do Blogue "À Esquina da Tecla")
domingo, 24 de janeiro de 2021
Entrincheirados
sábado, 16 de janeiro de 2021
Abstenção?
quarta-feira, 6 de janeiro de 2021
Fim das Festas
Tenho pena que em Portugal não se celebre o Dia de Reis como acontece em Espanha e em França, por exemplo, e que este dia, que é afinal o que assinala o fim das festas seja, entre nós, um dia como outro qualquer.
Em Espanha, a ideia de fazer coincidir a troca de presentes com o Dia de Reis confere a este dia uma magia e encantamento que, para mim, se aproxima muito mais do que se celebra nestas festas. E mesmo se, por causa da pandemia, não há este ano a "Cabalgata de Reyes", a que costumo sempre assistir pela televisão, este é um dia que permite viver a emoção de regressar ao mundo de ilusão da infância e de, por momentos, voltar a acreditar num mundo melhor.
A comemoração do Dia de Reis, de tradição cristã, baseia-se numa passagem do evangelho de S. Mateus, (capítulo 2, versículos 1 a 12), a qual terá dado origem à criação da lenda dos três reis magos e, impôs, posteriormente, o costume dos presentes no Natal. Pouco importa a veracidade da história, tantas vezes posta em causa, por não haver, em Mateus, nenhuma informação que permita concluir sobre a realeza das personagens; e o mesmo quanto ao seu número e aos nomes de Belchior, Gaspar e Baltazar, com que nos habituámos a designá-los, desde aquele longínquo momento da infância em que a ouvimos contar pela primeira vez.
De acordo com a tradição católica, 6 de Janeiro é o dia da Epifania, uma das celebrações litúrgicas mais antigas, que se refere à revelação do Menino Jesus ao mundo pagão, representado pelos Reis Magos. E há qualquer coisa de verdadeiramente poético na ideia daquela viagem solitária e demorada, em camelo, através do deserto, apenas guiados por uma estrela, que os iluminava e lhes indicava o caminho.
Amanhã, já se sabe, é dia de arrumar os presépios e todas as decorações natalícias e de deixar o ano retomar o seu curso habitual, esperando que os dias que aí vêm decorram sem sobressaltos e sejam bons de verdade.