Não sei se Kate Winslet é uma grande actriz, mas na verdade não me convencem muito as sua interpretações, nem aquela mistura de mulher banal com um ar levemente retro e sonhador, qual heroína do século XIX.
O defeito será provavelmente meu, que depois de Titanic - um filme que detestei - não consigo vê-la sem evocar de imediato a famosa imagem, pretensamente romântica, de braços abertos na proa do navio, com Céline Dion em fundo, aos guinchos. Uma piroseira!...
E, mesmo assim, fui ver o filme "Um segredo do passado", Labor Day no original, em que apenas o seu nome me era familiar. Tem algum interesse, mas não lhe daria mais de seis, numa escala de um a dez.
Enfim, é um filme daqueles que se vê e se esquece em pouco tempo. Apesar de ter ingredientes que são meio caminho andado para o sucesso: o amor improvável e inesperado, os dramas do passado a ensombrar o presente, o suspense, o amor que é simultaneamente prisão e redenção, o final feliz. Apesar de Kate Winslet ser mais ou menos convincente na construção da sua personagem, frágil e densa, e de ter na relação de silêncios e cumplicidades, de papéis invertidos, até, de certo modo, que estabelece com o filho (pelos olhos de quem a história nos é narrada), os momentos mais conseguidos.
Mas, pior ainda, foi o filme que vi antes deste. Não me acontece muito, mas às vezes também me dá para escolher um filme apenas porque o título me parece sugestivo. Sem saber mais nada, sem qualquer outra referência.
Foi isso que me levou a ir ver Endless love (Amor Infinito), num daqueles momentos em que o que há em mim de mais romântico vem ao de cima.
É um remake de um filme de 1981 (sei-o agora!), esse de Franco Zeffirelli, com Brooke Shields e também, tal como este, desconsiderado pela crítica. Com razão.
Sem emoção nem garra, trata-se de uma daquelas histórias pobrezinhas de banais amores juvenis, que vencem todos os obstáculos, e que me recordou os filmes que todos víamos quando éramos adolescentes. Uma verdadeira xaropada!
Dir-se-ia, pois, que as minhas duas últimas escolhas cinematográficas não foram grande coisa. Acontece...