De uma maneira geral, sinto-me mais feliz na Primavera, cheia de vida, atenta a tudo: às cores e aos perfumes, à luz e ao canto dos pássaros que, em sonoras melodias, ou num desordenado chinfrim de trinados e chilreios, anunciam a chegada de um novo dia junto da minha janela.
Nesta altura do ano estou de tal modo em harmonia com o mundo que não me importo nem me queixo se a temperatura não está tão elevada como seria de esperar, porque tudo me parece ter um brilho maior, que influencia a minha (boa) disposição. E delicio-me com as maravilhas da natureza, que me enchem a alma de paz. A Primavera tem pois este efeito surpreendente e quase milagroso de despertar o que há de mais bucólico em mim, incorrigível citadina.
É assim que me deixo seduzir e arrebatar pelas coisas mais prosaicas, descobrindo-lhes inimagináveis encantos. À minha porta há um melro, tão madrugador como eu, com quem me cruzo quase todos as manhãs. Será sempre o mesmo? Não sou muito dada à "passarada", mas acho graça àquele bicho preto, de bico muito amarelo como um ponto de luz a contrastar com a negrura do corpo. E enquanto atravesso o largo ou espero o autocarro no silêncio ainda quieto e solitário do começo do dia, olho-o a saltitar na relva, aparentemente tão feliz e, mesmo não sendo nada supersticiosa, não consigo deixar de achar que ele me traz boa sorte.
Nesta altura do ano estou de tal modo em harmonia com o mundo que não me importo nem me queixo se a temperatura não está tão elevada como seria de esperar, porque tudo me parece ter um brilho maior, que influencia a minha (boa) disposição. E delicio-me com as maravilhas da natureza, que me enchem a alma de paz. A Primavera tem pois este efeito surpreendente e quase milagroso de despertar o que há de mais bucólico em mim, incorrigível citadina.
É assim que me deixo seduzir e arrebatar pelas coisas mais prosaicas, descobrindo-lhes inimagináveis encantos. À minha porta há um melro, tão madrugador como eu, com quem me cruzo quase todos as manhãs. Será sempre o mesmo? Não sou muito dada à "passarada", mas acho graça àquele bicho preto, de bico muito amarelo como um ponto de luz a contrastar com a negrura do corpo. E enquanto atravesso o largo ou espero o autocarro no silêncio ainda quieto e solitário do começo do dia, olho-o a saltitar na relva, aparentemente tão feliz e, mesmo não sendo nada supersticiosa, não consigo deixar de achar que ele me traz boa sorte.