Perto do fim o prazer do corpo molhado estendido ao sol, a volúpia de o deixar tomar conta de cada pedacinho da pele a saber a sal, o cheiro a mar misturado com creme Nívea. E as longas horas de lazer e inacção, em que só os olhos e o pensamento se soltam e vagueiam sem objectivo nem poiso certo.
Porque em Setembro muda tudo. Tapam-se os corpos outra vez, mudam-se os hábitos e as cores. É o mês da rentrée, que encerra em si a magia do recomeço e a melancolia do fim de férias.
Gosto sempre desta época em que sinto verdadeiramente que outro ano está a chegar e que vivo no entusiasmo dos cadernos e livros a cheirar a novo, das canetas prontas a estrear, símbolos e esperança de que tudo é igual e ao mesmo tempo se acredita que poderá ser diferente e melhor ainda.
Porque em Setembro muda tudo. Tapam-se os corpos outra vez, mudam-se os hábitos e as cores. É o mês da rentrée, que encerra em si a magia do recomeço e a melancolia do fim de férias.
Gosto sempre desta época em que sinto verdadeiramente que outro ano está a chegar e que vivo no entusiasmo dos cadernos e livros a cheirar a novo, das canetas prontas a estrear, símbolos e esperança de que tudo é igual e ao mesmo tempo se acredita que poderá ser diferente e melhor ainda.
Hoje, aproveitando os últimos momentos de preguiça, ouvia distraída uma música cuja letra pode muito bem ser o leitmotiv deste regresso e segundo a qual devemos estar atentos a tudo o que de bom e belo está à nossa volta. Que a agitação do quotidiano não venha, pois, "roubar-nos" o espanto e a alegria das coisas simples e boas...
Derrière la saleté
S'étalant devant nous
Derrière les yeux plisés
Et les visages mous
Au-delà de ces mains
Ouvertes ou fermées
Qui se tendent en vain
Ou qui sont poings levés
Plus loin que les frontières
Qui sont des barbelés
Plus loin que la misère
Il nous faut regarder
Il nous faut regarder
Ce qu'il y a de beau
Le ciel gris ou bleuté
Les filles au bord de l'eau
L'ami qu'on sait fidèle
Le soleil de demain
Le vol d'une hirondelle
Le bateau qui revient
Derrière la saleté
S'étalant devant nous
Derrière les yeux plisés
Et les visages mous
Au-delà de ces mains
Ouvertes ou fermées
Qui se tendent en vain
Ou qui sont poings levés
Plus loin que les frontières
Qui sont des barbelés
Plus loin que la misère
Il nous faut regarder
Il nous faut regarder
Ce qu'il y a de beau
Le ciel gris ou bleuté
Les filles au bord de l'eau
L'ami qu'on sait fidèle
Le soleil de demain
Le vol d'une hirondelle
Le bateau qui revient
(...)
Il nous faut écouter
L'oiseau au fond des bois
Le murmure de l'été
Le sang qui monte en soi
Les berceuses des mères
Les prières des enfants
Et le bruit de la terre
Qui s'endort doucement.
(Jacques Brel)
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