Não sei se só acontece comigo, ou se ficamos todos para sempre irremediavelmente ligados ao bairro em que crescemos, lugar de pertença, onde mesmo muito anos depois é impossível regressar sem o sentimentos de que ali continua a ser, de certo modo, a nossa casa.
Como explicar, então, a magia e a felicidade de poder voltar a morar perto do que nunca esteve longe, e redescobrir no movimento das ruas, nos passos apressados ou lentos de quem cruzamos, em novas rotinas e errâncias, o encanto de uma cidade que jamais se revela inteira, que muda com o tempo apesar de se manter a mesma, que se multiplica em cores, cheiros, luz e sedução?
Por aquelas voltas da vida que constantemente nos desconcertam e surpreendem, por um conjunto de ditosos acasos, posso em breve morar outra vez no coração da minha cidade, de onde na verdade nunca cheguei a sair, confundindo ainda mais as nossas existências, como acontece com quem se ama.
Voltar a viver no centro de Lisboa, num daqueles bairros típicos onde o antigo e o moderno coexistem em serena harmonia, é um sonho antigo que de repente se tornou real e, por isso, preparo-o com gestos vagarosos e cuidados, entre a solenidade que associamos aos grandes momentos e a alegria um pouco pueril que têm todos os (re)começos.
Como explicar, então, a magia e a felicidade de poder voltar a morar perto do que nunca esteve longe, e redescobrir no movimento das ruas, nos passos apressados ou lentos de quem cruzamos, em novas rotinas e errâncias, o encanto de uma cidade que jamais se revela inteira, que muda com o tempo apesar de se manter a mesma, que se multiplica em cores, cheiros, luz e sedução?
Por aquelas voltas da vida que constantemente nos desconcertam e surpreendem, por um conjunto de ditosos acasos, posso em breve morar outra vez no coração da minha cidade, de onde na verdade nunca cheguei a sair, confundindo ainda mais as nossas existências, como acontece com quem se ama.
Voltar a viver no centro de Lisboa, num daqueles bairros típicos onde o antigo e o moderno coexistem em serena harmonia, é um sonho antigo que de repente se tornou real e, por isso, preparo-o com gestos vagarosos e cuidados, entre a solenidade que associamos aos grandes momentos e a alegria um pouco pueril que têm todos os (re)começos.
(Fotografia de Paulo Abreu e Lima)
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