Não tem o glamour das grandes divas, mas é sem dúvida um dos nomes maiores do cinema francês. Tenho a sensação de que Isabelle Huppert faz sempre tudo bem e que, apesar da sua figura franzina e dos seus 63 anos sem botox nem pele esticada, tem uma dimensão de interioridade que é a sua força e singularidade.
Lembro-me de a ter visto, por exemplo, em Huit Femmes, de François Ozon, em 2002, e dez anos depois num registo radicalmente diferente, no inesquecível Amour, de Michael Haneke. Por isso, mesmo sem nunca ter ouvido falar de Mia Hansen-Love, achei que valia a pena ir ver L'avenir ("O que está por vir", na tradução portuguesa). E não me arrependi.
Porque o filme é Isabelle Huppert e ela é, como sempre, sublime neste papel. E, como sempre, extremamente convincente, quando ri ou quando chora, quando fala ou quando se mantém em silêncio. Para quem gosta de filmes de acção, que não é o meu caso, este será talvez um filme onde não se passa quase nada.
Com a filosofia como pano de fundo, em especial Pascal e Rousseau, o que o filme (nos) faz é o que a personagem principal tem como lema na sua vida profissional: levar os outros a pensar por si mesmos. Por isso não dá respostas, nem receitas. Mostra-nos uma mulher de meia-ideia que se confronta com uma série de mudanças - a partida dos filhos, a ruptura conjugal, a morte da mãe - e que aprende a viver com elas, reinventando a vida, adaptando-se à nova liberdade com tudo o que há nela de bom e de mau, descobrindo novas realidades.
Não é um filme deprimente, nem demasiado alegre. É doce e melancólico, de certo modo. Transmite acima de tudo autenticidade; e deixa-nos a pensar que é sempre possível mudar, que todas as possibilidades estão permanentemente em aberto, e que muito do que vai sendo a nossa vida depende em grande parte de nós. Eu gostei...
Com a filosofia como pano de fundo, em especial Pascal e Rousseau, o que o filme (nos) faz é o que a personagem principal tem como lema na sua vida profissional: levar os outros a pensar por si mesmos. Por isso não dá respostas, nem receitas. Mostra-nos uma mulher de meia-ideia que se confronta com uma série de mudanças - a partida dos filhos, a ruptura conjugal, a morte da mãe - e que aprende a viver com elas, reinventando a vida, adaptando-se à nova liberdade com tudo o que há nela de bom e de mau, descobrindo novas realidades.
Não é um filme deprimente, nem demasiado alegre. É doce e melancólico, de certo modo. Transmite acima de tudo autenticidade; e deixa-nos a pensar que é sempre possível mudar, que todas as possibilidades estão permanentemente em aberto, e que muito do que vai sendo a nossa vida depende em grande parte de nós. Eu gostei...
Acho que também gostaria de ver. Fui espreitar o trailer.
ResponderEliminar[Impressionante a figura e a boa forma da Isabelle Hupert]
Eu aconselho, Luísa. Não será um daqueles filmes que nos marca para sempre, mas vale a pena vê-lo. Pela Isabelle Huppert, sobretudo...
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