Sou insuspeita. Nunca gostei de futebol, não percebo nada do assunto e mal sei quem ganha ou perde. Sou do Sporting mais por herança paterna e por ter sido ginasta do clube que por outra coisa qualquer; e nem mesmo os jogos da selecção me despertam paixões exacerbadas ou arroubos patrióticos. Por isso acompanho tudo com uma certa distância, com relativa indiferença relativamente a ganhos e perdas, e quase só por gostar de estar sempre informada.
Mas ontem foi diferente. Pela primeira vez desde que me lembro, a saída dramática do Cristiano logo no início do jogo fez-me parar à frente da televisão e assistir depois, atentamente, até ao fim. Vi as magníficas defesas de Rui Patrício, vibrei com o golo do Éder, torci para que os minutos passassem então mais depressa e, no fim, emocionei-me, como toda a gente.
Foi uma vitória sofrida. E merecida, também, dadas todas as circunstâncias. Eu gosto muito de França, mas reconheço nos franceses uma irritante sobranceria que os faz considerar (às vezes com razão e sem ela na maior parte das outras) que não há melhor que eles. Desta vez enganaram-se, o que dá um sabor peculiar a este sucesso, mais desejado que esperado, mesmo no mais fundo de nós.
Só isso explica aquilo a que assisti hoje e que nunca tinha visto: um país inteiro vestido de verde e vermelho, em euforia e em festa, com Lisboa inteira na rua, nas janelas, de braços no ar, aos gritos e aos saltos, a aplaudir, feliz. Tinha que estar na festa e quase sem querer fui lá parar. Foi linda e inesquecível a recepção aos jogadores. E fiquei a pensar que o futebol, de que eu não gosto, consegue esta magia de unir pessoas de todas as idades e raças, de todas as crenças políticas e religiosas, de todas as classes sociais.
Temos certamente, nos dias que correm, muitos motivos de preocupação. Mas este momento em que nos unimos todos, sem excepções, em alegria e em felicidade, foi muito bonito de viver. E ser português também é, de certo modo, isto tudo: acreditar, sofrer, vencer.
Temos certamente, nos dias que correm, muitos motivos de preocupação. Mas este momento em que nos unimos todos, sem excepções, em alegria e em felicidade, foi muito bonito de viver. E ser português também é, de certo modo, isto tudo: acreditar, sofrer, vencer.
Fiquei muito orgulhosa de Portugal! Também não acompanho futebol, mas confesso que quando o Brasil perdeu de 7x1 para a Alemanha na última copa fiquei arrasada.
ResponderEliminarPortugal (não querendo comparar, mas já comparando) ao contrário do Brasil mostrou que não se faz futebol com apenas um jogador e sim com um time todo.
Fica aqui meus parabéns para os portugueses!
Abraçz
http://motivospelosquaisestoufelizhoje.blogspot.com.br
Muito obrigada, Núbia. Estamos todos muito felizes. :)
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