Cheio de amor e bons sentimentos, este é o filme típico da época natalícia, a puxar ao sentimento e à lágrima furtiva, fazendo-nos alternar entre a emoção, o sorriso enternecido e a risada cúmplice.
Impossível, no entanto, não se deixar tocar pela história de Auggie Pullman, pela sua luta face à discriminação de que é vítima, apenas por ter uma aparência diferente dos demais. Para isso muito contribui a interpretação de Jacob Tremblay que já em Room (2015) provara que o talento não depende da idade, e também de Julia Roberts, Owen Wilson, e Izabella Vidovic nos papéis do núcleo familiar mais próximo (pais e irmã), e até da aparição pontual de Sónia Braga, no papel de avó materna. Um dos maiores interesses do filme reside no facto de nos ir dando diferentes pontos de vista, colocando a narrativa sob a perspectiva de algumas das principais personagens. Há uma grande sensibilidade na forma de contar uma história que facilmente poderia descambar para a caricatura, o dramatismo excessivo, ou o sentimentalismo piegas.
Wonder, traduzido como "encantador" e "extraordinário" no português de Portugal e do Brasil, respectivamente, acaba por ser um pouco isso mesmo: um filme de afectos, para ver em família, durante as férias de Natal.
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