segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Bicharada e fundamentalismos


Quem me conhece sabe que para além de ter uma inexplicável fobia a cães (não são todas as fobias inexplicáveis?) não sou particularmente dada à bicharada. Ou seja, não maltrato os animais nem lhes desejo mal algum, mas gosto de guardar uma certa distância, que significa: eles na vida deles e eu na minha.
Apesar disto, ou talvez por isto, não consigo entender que se trate os animais como se fossem pessoas, que se durma com eles na cama e quase  se coma do mesmo prato, que eles vão com os seus donos aos restaurantes, que andem nos transportes públicos, e todas as particularidades a que se vai assistindo de uma forma cada vez mais exagerada e até descabida que, para mim, é uma verdadeira aberração.
Acho que a maior parte destes donos revela um total desrespeito pelo que é a natureza animal e, ao contrário do que apregoa, age numa perspectiva profundamente egoísta. Ter um animal fechado num apartamento, por exemplo, parece-me que serve muito mais os donos do que o próprio bichinho, que tanto defendem.
Enfim, cada um que faça o  que entender, desde que respeite quem pensa e /ou vive de outra maneira, e que se preocupe em que o seu "amor pelos animais" não incomode os outros, o que, infelizmente, é raro acontecer.
Nisto, dou razão a um amigo meu, que dizia com muita graça que tinha feito este acordo com a sua cadela: "Ela não entra em minha casa; eu não entro na casota dela".  E é assim que sempre deveria ser.

6 comentários:

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    1. Nunca teria um cão num apartamento. Os gatos são mais independentes, não precisam de ser levados à rua, e fazem muito menos barulho. O meu praticamente não mia, e quando o faz mal se ouve (mas depende das raças). Quanto vou jantar fecho-o na cozinha para não vir cheirar a comida. De noite fica na sala e não vem para os quartos. Funciona porque as divisões são relativamente grandes. Se vivia melhor na natureza? Duvido.

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    2. Certo, Sérgio. Na verdade, acho que cada um deve fazer o que entender, desde que não incomode os outros, nem os tente convencer que as suas opções é que são as correctas e que os outros estão todos errados, que é o que se passa quase sempre.

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  2. Totalmente de acordo, Isabel. Sofro com a que sujeitam os seus cães, muitos dos meus vizinhos quando no Verão os deixam a torrar o dia todo nas marquises (algumas de 1mx1m). Saem com eles ao fim do dia ou ao início da manhã para borrarem os passeios deixando no ar um fedor insuportável. O mesmo se passa com os pássaros que agonizam nas gaiolas com calor, mas esses nem à rua vão... Seria uma sorte para os desgraçados.
    Já tive dois bonitos cães quando vivi na aldeia. Eram bem felizes. Na cidade é impensável.

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    1. Todo, quase todos, os comportamentos dos fundamentalistas da bicharada são inenarráveis. Mas, se não chatearam os outros, pouco me importa. O pior é que não é isso que acontece...

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