Sei bem como este dia sempre foi importante para ti. Talvez porque ser mãe foi o teu maior sonho e desafio, o teu melhor projecto e a tua razão de existir. Por isso te deste inteira, entregando-te de alma e coração, mesmo que aqui e ali possam apontar-se erros e sombras no percurso, já que é humanamente impossível escapar-lhes, por melhores que sejam as nossas ideias e intenções. Sei, ainda assim, que te orgulhas da tua "obra" e acho, modéstia à parte, que tens razões para isso.
Lembro-me de como costumavam ser grandiosas as nossas comemorações, das infalíveis flores da florista "Malmequer", dos postais com palavras doces e queridas, dos almoços à beira-rio em restaurantes que já nem existem, e de tardes inesquecíveis de passeios, de risos, de conversas, de mimos, de cantigas desafinadas e outras parvoíces, próprias da cumplicidade única que só existe entre mãe e filha.
Hoje, muita coisa mudou e já não pode ser como era, mas o nosso amor segue igual, sólido e invencível, para lá de todas as contrariedades e contingências, resistente ao tempo, ao espaço e até à pandemia, que só no ano passado não permitiu que nos víssemos. E, apesar de tudo o que agora é diferente, continua a ser uma sorte e uma felicidade ter-te ainda do lado da vida.
Por isso, hoje, todas as flores de todos os jardins são para ti. E será sempre pouco, face ao que tu me deste a vida toda e continuas a dar, todos os dias.
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