Por motivos vários, tenho andada arredada da escrita e deste mundo bloguístico, que caiu um pouco em desuso nos tempos apressados que vivemos, em que o instantâneo e o imediato se nos impõem como uma condenação.
Regresso hoje aqui, pela primeira vez em 2022, mas evito o assunto do momento. Não, não vou comentar os resultados eleitorais, nem que seja por gostar de escapar ao mais óbvio.
Hoje, uma pêra-rocha à hora de almoço, soube-me a praia. Parece uma estranha associação, mas não é assim tão descabido. A minha mãe, sempre atenta à comida saudável, na qual a fruta tinha lugar de destaque, costumava muitas vezes levar pêra-rocha para a praia. Era pois frequente, depois do banho de mar, sentarmo-nos nas toalhas, ao sol, a trincá-las vagarosamente.
Não havia cá "bolas de Berlim" para ninguém, apenas as batatas fritas nos eram permitidas, mas não sempre, e/ou um "Olá fresquinho", muito de vez em quando. É talvez por isso que não sou de todo fã das "Bolas de Berlim", nem percebo o sentido que faz comê-las especificamente na praia.
É que, para mim, para além do cheiro do creme Nívea, é o sabor adocicado das pêras - rochas que me leva de volta à praia e de certo maneira me evoca esses dias em que o tempo parecia passar mais lento, e todas as manhã e tardes de Verão, com sabor a despreocupação, a sol, a vento e a mar.
Ai meu Deus, parece-me que estou um pouco Proustiana. Ou talvez não...
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