Entre esta imagem, registada no final dos anos vinte, e a realidade do dia de hoje está tudo o que cabe na história de uma vida inteira: quantas alegrias e tristezas, ansiedade e sofrimento, coisas simples e outras mais complicadas, emoções várias, sentimentos profundos, felicidade e inquietude, risos, lágrimas, abraços, palavras e silêncios marcaram estes oitenta e oito anos?
O que aproxima as duas imagens, esta de um ontem já muito antigo e a de agora, é a fragilidade e a alegria que marcam o princípio e o fim da existência. O tempo passa e muda muita coisa; num certo sentido parece até voltar ao início, na necessidade de mimos e cuidados redobrados para se ser feliz.
Até há pouco tempo, foi a sua mão que me guiou, os seus braços que me embalaram e o seu colo que me amparou todos os desgostos, mesmo aqueles de que eu nunca lhe quis falar. Hoje, é a minha mão que a ampara, e guia, e protege de perigos que os seus olhos e o seu pensamento já não conseguem antecipar nem prevenir.
Mas há também o que é sempre igual: os nossos risos cúmplices e os nossos abraços apertados, onde cabem todos os colos e meiguices de que ainda precisamos. Porque quando tudo muda à nossa volta, o nosso amor de mãe e filha permanece forte e infinito, e mantem-se inalterado, tal e qual como o sorriso lindo e tranquilo que sempre me serenou e que eu hei-de guardar sempre comigo.
Muito interessante este seu post, à volta de Mãe/Filha. E digo interessante porque, infelizmente, hoje em dia vão rareando esses afetos. Em muitos casos, quando os pais precisam dos filhos, ou estão longe ou indisponíveis...
ResponderEliminarMT
Dê-se por feliz!...
ResponderEliminarE dou, Madalena, dou mesmo ;)
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