Ainda um dia gostava de perceber que critérios presidem à tradução livre dos títulos dos filmes, o que faz com que filmes daqueles que conhecemos da vida toda, como "The Sound of Music" se transforme em "Música no Coração" em português e no inenarrável "Lágrimas y sonrisas" em espanhol. Os exemplos como este, ou mais ridículos ainda, poderiam multiplicar-se. E não percebo por que motivo não se tenta ser tão próximo do original quanto possível, o que me parece que teria muito mais lógica.
Vem tudo isto a propósito do filme que vi no fim de semana e de que gostei muito. Já não ia ao cinema há algum tempo e um filme de um realizador de que nunca ouvira falar, Paolo Genovese, com actores cujos nomes também não me diziam nada e chamado "Amigos amigos telemóveis à parte" tinha demasiados ingredientes para o pôr de parte. Mas era italiano - um ponto favorável -, e reparei depois que o título original perfetti sconosciuti não indiciava uma daquelas comédias de riso alarve, que eu detesto, mas um humor um pouco mais refinado. O trailer convenceu-me. E aquilo a que assisti foi a um filme que trata de uma forma divertida um assunto sério, que trata das relações entre as pessoas, que é um assunto que me apaixona, e que deixa um sabor amargo, ou pelo menos nos faz pensar na maneira como vivemos.
Partindo do princípio de que todos temos uma vida pública, uma vida pessoal e uma vida secreta, a história toma como pretexto um jantar de amigos de longa data e um jogo aparentemente inocente - a partilha das mensagens e chamadas recebidas - para pôr a nu as fragilidades do modo como nos relacionamos, sobretudo com os que nos estão mais próximos: o que dizemos e o que calamos, o que revelamos e ocultamos, o que sabemos e/ou julgamos saber, e como podem ser diferentes do que imaginamos as pessoas que cremos conhecer muito bem. E depois, também algumas outras questões pertinentes: as falsidades de (quase) todos os casamentos, o modo como os telemóveis vieram intrometer-se nas nossas vidas, a distância entre o que somos e o que queremos parecer...
Não será um filme excepcional, mas eu acho que vale muito a pena vê-lo.
Partindo do princípio de que todos temos uma vida pública, uma vida pessoal e uma vida secreta, a história toma como pretexto um jantar de amigos de longa data e um jogo aparentemente inocente - a partilha das mensagens e chamadas recebidas - para pôr a nu as fragilidades do modo como nos relacionamos, sobretudo com os que nos estão mais próximos: o que dizemos e o que calamos, o que revelamos e ocultamos, o que sabemos e/ou julgamos saber, e como podem ser diferentes do que imaginamos as pessoas que cremos conhecer muito bem. E depois, também algumas outras questões pertinentes: as falsidades de (quase) todos os casamentos, o modo como os telemóveis vieram intrometer-se nas nossas vidas, a distância entre o que somos e o que queremos parecer...
Não será um filme excepcional, mas eu acho que vale muito a pena vê-lo.
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