quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Mistério(s)


Eu adoro dormir! E preciso de dormir imenso, isto é, preciso de, pelo menos, oito horas de sono para me sentir bem, o que nem sempre acontece, infelizmente, porque também não consigo nunca deitar-me cedo. Se pudesse não me levantaria antes das nove e meia ou dez, porque gosto de despertar devagar, de me deixar ficar um bocadinho na preguiça do meio-sono, acordando e voltando a adormecer até me decidir por fim a sair da cama com a sensação de já ter dormido tudo.
Em geral, lembro-me dos sonhos. Não os que se sonham acordado, mais próximos do devaneio, que nos permitem inventar lugares que não existem, antecipar vontades e cumprir as mais loucas fantasias, sem os limites que nos impõe a realidade, mas aqueles que não controlamos de forma consciente e que são quase sempre absurdos e, às vezes, até, incompreensíveis.
Quando eu era pequena, tinha medo do escuro e acordava muitas vezes durante a noite em estado de aflição, embora não consiga lembrar-me se isso corresponderia aos chamados "sonhos maus".
Hoje, continuo a não ser fã da escuridão, mas sei lidar com ela de outro modo; e é raro, felizmente, acordar sobressaltada pelo que estou a sonhar no momento. Tenho poucos, muito poucos, pesadelos, assim como é raro ter uma insónia. Não há preocupações, nem tristezas, ou desgostos, que sejam capazes de me tirar o sono; e sinto-me afortunada por isso...
Mas há nos sonhos um mistério que me parece indecifrável: por que motivo lembramos alguns sonhos e outros não? E por que, de entre os que lembramos ao acordar, há os que logo esquecemos e os que guardamos na memória, que nos marcam e perturbam, e relembramos repetidamente, quer sejam bons ou maus?
Não sei se a questão está estudada cientificamente. Para mim, porém, continua a ser do domínio daquelas nossas zonas secretas e inacessíveis de nós, que encerram muitos mistérios por desvendar.

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