Ando há tempos à espera de ver um filme muito bom, daqueles que deixam marca em nós, o que já não (me) acontece nem sei desde quando. O último filme de Nanni Moretti, "Mia Madre", aplaudido de pé no Festival de Cannes e considerado excepcional pela crítica de modo quase unânime, poderia, pensei, reverter a situação.
Gosto dos filmes de Nanni Moretti, de quem me lembro de ter visto pelo menos "O Quarto do Filho" em 2000 e "Caos Calmo" em 2008. Mas hesitei. Sei que os seus temas se situam na zona sombria da perda, do luto, ou da crise existencial. E o nome do filme não augurava nada de bom. Não tinha a certeza de estar preparada psicologicamente para o assunto, nesta fase da minha vida.
Depois lembrei-me de "Amour", de Michael Haneke, e de como tinha valido a pena ver o filme, apesar do "murro no estômago" que ele representa também. E lá me decidi.
Mas não gostei. O filme não é tão deprimente como se poderia inicialmente supor, nem é um mau filme, longe disso. Mas não me tocou. Há nele qualquer coisa que falha, uma empatia que não consegue estabelecer-se entre as personagens e os espectadores e que o torna até, de certo modo, um pouco maçador, para lá de um ou outro detalhe mais conseguido.
Enfim, será talvez de mim, mas de Nanni Moretti esperava muito mais...
De murros no estômago andamos nós todos cheios. Daí eu ter decidido não ver o filme.
ResponderEliminarDepois de ler a sua crítica, fiquei com mais 5 euros no bolso!
Ahahah, Helena, bem visto. Mas também se não tivesse ido nunca saberia se ia valer a pena.
ResponderEliminarEsta é apenas mais uma prova de que não adianta seguir a crítica. ;)
Beijinho