segunda-feira, 11 de abril de 2016

Um Ministro Poeta


Sou tudo menos socialista, já se sabe. Mas ter um poeta como Ministro da Cultura, parece-me bem, confesso. Porque terá, pelo menos, um peculiar entendimento das coisas, uma sensibilidade maior. E isso é muito importante.
De Luís Filipe Castro Mendes conheço pouco. Mas à esquerda e à direita todos lhe tecem os maiores louvores. Segundo a minha amiga Helena, que o conhece bem, (...) iremos ter como Ministro da Cultura um homem muito inteligente, muito culto, e cuja profissão de origem, a diplomacia, lhe permitiu correr mundo e contactar com culturas muito diversas.
Humanamente é um homem caloroso, cujo olhar sereno mas directo só pode tranquilizar aqueles que, na área que vai conduzir, ponham parte do destino profissional nas suas mãos.
A Helena tem certamente razão. Há uns três anos estive no lançamento de um livro do futuro Ministro e gostei muito. Pude testemunhar a serenidade calorosa de que fala a Helena e tocou-me sobretudo a simplicidade com que pegou no seu livro e leu alguns poemas, que é no fundo a melhor maneira de os apresentar.
Vamos ver como se sai na política, mas lá que promete, disso não restam dúvidas...

Para a solidão nascemos. Outras vozes
nos chamam e invocam, outros corpos
se perfilam radiosos contra a noite.
Nós não somos daqui. Num intervalo
de campanhas esquecidas nos dizemos,
abrindo o coração aos de passagem.
Mas quando a manhã chega nós partimos,
mais livre o coração, longa a viagem.

                                                          (Luís Filipe Castro Mendes)

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