Gosto muito de Espanha, na sua complexa diversidade, que é também um dos seus maiores encantos. E apesar de haver muitas "Espanhas", e de todas poderem ser consideradas interessantes, é com o sul que mais me identifico, com as cores fortes e o sentido positivo da vida, capaz de fazer de tudo uma festa. Gosto de flamenco, de touros e de tapas, de uma maneira às vezes um pouco ruidosa de expressar-se, do modo de ser e estar virado para fora, das peculiaridades de uma língua que fui aprendendo a conhecer, a compreender e a amar, mesmo com todas as palavras de sons guturais, para nós dificílimas de pronunciar.
É um país onde vou muitas vezes, por gosto e por necessidade, porque volto sempre com os níveis de energia e de vitalidade em alta. E sinto-me mais ou menos em casa, ou antes como quando se visitam familiares com quem nos encontramos "a gusto", com quem temos sempre alguma coisa para descobrir, contar ou celebrar.
O barulho de fundo e o ambiente de festa e descontracção de uma qualquer praça espanhola ao fim da tarde, com muitas vozes misturadas e os gestos banais de quem simplesmente convive entre si e tem prazer nisso, transmitem-me uma inexplicável e contagiante alegria, na qual me revejo muito mais do que tradicional melancolia portuguesa.
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