sábado, 16 de janeiro de 2021

Abstenção?


Por princípio sou contra a abstenção. Porque acho que votar é um direito, mas é também um dever, ao qual, a não ser por circunstâncias excepcionais, não temos nunca que nos escusar. Talvez isso tenha a ver com uma característica minha que, num certo sentido, pode mesmo ser considerada defeito: sou muito opinativa e gosto até, às vezes, de dizer o que penso mesmo sem me perguntarem.
Quando se trata de eleições (sejam elas quais forem), participar parece-me antes de tudo uma espécie de "obrigação". E, por isso, não concordo nada com os que dizem que "abster-se" também pode significar que nenhum candidato é suficientemente bom, ou qualquer coisa deste género. Quando acho isso (o que é de resto bastante frequente, hélas), tendo a optar pelo voto útil, escolhendo o "menos mau". Não fazer nada, não participar, parece-me sempre uma espécie de desistência, como se o que está em causa não nos dissesse respeito.
Não me lembro de alguma vez na vida ter sido chamada a participar numa decisão e ter optado por não o fazer. Só por não me apetecer. Só porque sim. Mas desta vez é diferente. Porque a conjuntura em que as eleições acontecem é absolutamente fora do comum e me parece absurdo, num contexto de confinamento quase total (pelo menos na versão oficial), abrir-se um parênteses de um dia e podermos juntar-nos todos de novo para uma eleição que está decidida à partida.
Enfim, vou ter que pensar melhor no assunto; e tenho uma semana para o fazer...

Sem comentários:

Enviar um comentário