A nova maioria parlamentar decidiu hoje acabar com os exames nacionais de Português e de Matemática do quarto ano, com efeito imediato no ano lectivo em curso. Parece-me um emblemático prenúncio do que aí vem.
A argumentação que defende a medida e a sua urgência é, no mínimo, reveladora de uma enorme ignorância sobre o que se passa de facto. Segundo uma deputada socialista cujo nome não retive, "os exames desvalorizam a avaliação contínua". Desconhece esta senhora, decerto, que a avaliação contínua (ou interna) tem um peso de setenta por cento na avaliação final de um aluno e o exame de apenas trinta.
Há depois aquele argumento, que é o meu preferido, da "violência" que é uma criança de dez anos ter que realizar uma prova, do "trauma" e da ansiedade que ela provoca, da tenra idade das crianças sujeitas a tanta "pressão", a qual pode até degenerar em depressões e outras maleitas afins.
Há depois aquele argumento, que é o meu preferido, da "violência" que é uma criança de dez anos ter que realizar uma prova, do "trauma" e da ansiedade que ela provoca, da tenra idade das crianças sujeitas a tanta "pressão", a qual pode até degenerar em depressões e outras maleitas afins.
Sem esquecer o Bloco de Esquerda, ou o PCP, tanto faz, que nunca se esquecem de associar os exames a "uma visão retrógrada e conservadora da educação". Enfim, a conversa já é conhecida, mas vai-se repetindo até à exaustão.
Acho que desta vez só faltou mesmo a comparação com a Finlândia, ou qualquer outro país nórdico, com uma realidade em tudo semelhante à nossa.
Acho que desta vez só faltou mesmo a comparação com a Finlândia, ou qualquer outro país nórdico, com uma realidade em tudo semelhante à nossa.
Estranho muito, ainda assim, que só se tenha decidido acabar com exames do 4º ano. Acabe-se também com os do 6º, do 9º, do 11º e 12º. Vivam as passagens administrativas!
Porque foi à custa de ideias peregrinas destas, de modas pedagógicas que mudavam a cada ano ou quase e das mais duvidosas experiências, que a educação chegou onde chegou.
Assim, é tudo muito mais fácil: cada um faz o que quer, passam-se os meninos de qualquer maneira e voltará a haver alunos que estão no sétimo ou oitavo ano sem saber ler nem escrever (e eu conheci vários...). Mas isso não importa nada. É que passa a haver muito mais "sucesso", que é o que se pretende afinal.
Enfim, "a cereja no topo do bolo" será provavelmente o regresso das "Novas Oportunidades". Como se não tivéssemos já a Lusófona...
Acabaram os exames no 1º ciclo? As coisas importantes que acontecem sem de dar por ela...
ResponderEliminarBom, foi notícia ontem em toda a comunicação social...
EliminarE vamos ver o que virá a seguir.