domingo, 21 de fevereiro de 2016

Avassalador



Para quem há que tempos ansiava um filme marcante, aqui está ele. Neste caso, pouco importa que seja uma co-produção da Irlanda e do Canadá, ou que seja escrito por Emma Donoghue, uma irlandesa autora de um livro com o mesmo título, baseado em histórias reais.
Room é um filme de emoções: de lágrimas grossas a correr pela cara, - desde 2001, com "o quarto do filho" de Nanni Moretti, que não me lembrava de chorar tanto no cinema - mas também de ternura, de raiva, de dor, de maravilhamento e de candura; de amor.
E é isso que o torna ao mesmo tempo denso e grandioso. É a veracidade que Brie Larson e um fantástico Jacob Tremblay (de apenas nove anos) dão aos seus papéis e personagens, que fazem com que durante duas horas aquela sua vida seja também a nossa, que vivamos isolados com eles, naquele quarto, trancados, longe da vida real, na angústia de conseguir escapar daquele inferno ou, depois, na delicada complexidade da descoberta do mundo.
Um filme, um livro, uma canção são grandes quando nos tocam. Quando nos inquietam ou apaziguam. Às vezes apenas nos distraem e logo se esquecem. Será isso, talvez, que distingue a arte do entretenimento.
Deste Room e do que ele nos contatenho a certeza, não me vou esquecer por muito tempo...

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