quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Longe e perto


Há pessoas, quase todas aquelas a quem muito queremos, que chegam à nossa vida por uma casualidade qualquer que gostamos de acreditar ter sido um alinhamento favorável dos astros, ou a força de um destino que já pressupunha que os nossos caminhos se tocassem.
E, por isso, o mais bonito dos afectos e sentimentos  que nos ligam é o que nem precisa de ser dito, porque se sente pelo lado de dentro e apenas se partilha em momentos de sintonia perfeita, ou se guarda no fundo do coração e se evoca às vezes na brisa da tarde, na tranquilidade azul do horizonte, num cheiro, uma cor, um som,  que nos traz a certeza de que não há mar, nem silêncio, nem distância que possa separar-nos, e que, mesmo quando as palavras escasseiam e o tempo flui, há qualquer coisa só nossa, que mais ninguém conhece, que faz parte das nossas vidas e existe à margem delas, que se vive em total liberdade, sem pressa, sem obrigações, sem agonias, mas é um laço especial, muito apertado, como um presente dos céus, que nos enche a alma e faz (ainda) um bocadinho mais felizes.
É assim, na magia de um olhar, no mistério de um sorriso, na doce e terna lembrança de uma intimidade construída como se a vida e o tempo fossem infinitos, que me emociona saber, e sentir, que gosto muito de ti.

(Fotografia do blogue pinta-amores)

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