Eu, que tenho uma maneira muito própria de viver a fé, não consigo passar um Natal sem ir à missa, porque é aí que encontro o que julgo ser a verdadeira essência da época.
Há uma magia qualquer no toque dos sinos e nos cânticos, no ritual e no recolhimento silencioso, que me toca e me enche a alma.
Agora que o Natal já passou (felizmente), assim como todo o stress que lhe fomos associando, e que só falta o Ano Novo para a vida retomar a sua habitual normalidade, guardemos a força de acreditar, a esperança de que nunca estaremos derrotados, o aconchego e a cumplicidade dos afectos que nos reconfortam e nos acompanham na vida.
É dentro de nós que Jesus nasce
Dentro de cada idade e estação
Dentro de cada encontro e de cada perda
Dentro do que cresce e do que se derruba
Dentro da pedra e do voo
Dentro do que em nós atravessa a água ou atravessa o fogo
Dentro da viagem e do caminho que sem saída parece
O Presépio somos nós
É dentro de nós que Jesus nasce
Dentro da alegria e da nudez do tempo
Dentro do calor da casa e do relento imprevisto
Dentro do declive e da planura
Dentro da lâmpada e do grito
Dentro da sede e da fonte
Dentro do agora e dentro do eterno
(José Tolentino de Mendonça)
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