2019 é o ano do centenário de Sophia de Mello Breyner Andresen, um dos nomes maiores da nossa literatura, ou mesmo da literatura tout court, quanto a mim merecedora de Prémio Nobel (além de todos os que recebeu) muito mais que grande parte dos que foram galardoados. Mas isso agora também não interessa...
As comemorações, que começam daqui a três dias, no próximo Sábado, prolongam-se pelo ano inteiro, terminando no dia 6 de Novembro, quando se cumprem exactamente cem anos do seu nascimento, e incluem actividades diversas, dança, cinema, exposições, colóquios, concertos, em Lisboa, Porto, Roma, Rio de Janeiro.
De acordo com as palavras que constam do Manifesto da Comissão das Comemorações: "(...) comemorar Sophia é lembrá-la em comum. E é celebrar essa funda e desassombrada exaltação da vida, essa aguda e universal consciência do mundo de que a sua poesia dá testemunho para sempre."
Mas não há melhor maneira de a lembrar do que ler, ou reler, a extensa obra que nos deixou; porque é nela que está tudo o que, de certeza, alguma vez nos tocou e em nós deixou marca. E onde é sempre possível, ainda assim, descobrir alguma coisa que não notáramos antes.
De acordo com as palavras que constam do Manifesto da Comissão das Comemorações: "(...) comemorar Sophia é lembrá-la em comum. E é celebrar essa funda e desassombrada exaltação da vida, essa aguda e universal consciência do mundo de que a sua poesia dá testemunho para sempre."
Mas não há melhor maneira de a lembrar do que ler, ou reler, a extensa obra que nos deixou; porque é nela que está tudo o que, de certeza, alguma vez nos tocou e em nós deixou marca. E onde é sempre possível, ainda assim, descobrir alguma coisa que não notáramos antes.
Pudesse eu não ter laços nem limites
Ó vida de mil faces transbordantes
Para responder aos teus convites
Suspensos na surpresa dos instantes
(Sophia de Mello Breyner)
Vou escrever o comentacom mais polémico de sempre! Quando era puto, li os livros dela para crianças. Como não havia tablets e telemóveis, o tempo era passado a fazer Legos ou a ler livros. Não me marcaram particularmente, ao contrário de outros autores estrangeiros (e não e para dar uma de chique, que o que é estrangeiro é que e bom), incluindo brasileiros. Fico na dúvida se era mesmo boa escritora, ou a única na altura que tinha acesso a editar livros para crianças cá em Portugal (hoje em dia qualquer pessoa escreve um livro, manda o documento para a Amazon e eles tratam de tudo).
ResponderEliminarSérgio, está na altura de voltar a ler Sophia. Porque ela é muito mais que esses livros para crianças. E mesmo para quem não gosta muito de poesia (a dela é magnífica, na minha opinião), há os contos: Contos Exemplares, ou Contos da Terra e do Mar.
EliminarVejamos isto, por exemplo:
"Mar sonoro, mar sem fundo, mar sem fim.
A tua beleza aumenta quando estamos sós
E tão fundo intimamente a tua voz
Segue o mais secreto bailar do meu sonho
Que momentos há em que eu suponho
Seres um milagre criado só para mim."
Acho que ao determo-nos em silêncio e solidão diante da beleza e imensidão do mar,todos nós já sentimos isto alguma vez; mas não fomos capazes de o dizer assim.
É isto...