quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Canções com história(s)


De Luís Represas já falei aqui muitas vezes. Realmente, todos os que me conhecem sabem como ele me é especial, como a sua música encheu a minha vida ao longo dos anos e faz parte da minha história, como com o tempo se tornou um daqueles amigos que parecem estar connosco desde sempre e que sabemos que assim será para sempre. Mas nunca se diz tudo. E nunca, mesmo nunca, me canso de ouvi-lo. Por isso, é raro perder um concerto. 
O de ontem era em versão intimista, no Auditório Carlos Paredes, que pertence à Junta de Freguesia de Benfica, sala pequena, onde cabem apenas cerca de cem pessoas, com o palco quase inteiramente despojado -  apenas uma cadeira, três guitarras e Luís Represas a cantar para nós, com a magnífica voz que Deus lhe deu, o seu sentido de humor e o seu encanto particular.
E para além desta maravilha, que é ouvi-lo assim, como se estivesse na sala lá de casa  - numa versão que me traz muitas memórias de um tempo em que ia ouvi-lo três vezes por semana, religiosamente, num bar de Lisboa, e me enamorei da sua voz, e me deu a conhecer muitos músicos e canções, sul-americanas, portuguesas e brasileiras, sobretudo, e me fez entender o poder transformador da música na nossa vida -, pudemos também saber um pouco mais sobre cada canção, curiosidades, circunstâncias da sua criação, cúmplices de todas as horas e de algumas canções, notas, impressões.
Assim, para além das canções incontornáveis que não podem deixar de fazer parte de cada concerto e entre as quais se incluem "feiticeira", "um caso mais", "perdidamente" ou "125 azul", revisitámos canções que por qualquer razão inexplicável foram ficando um pouco mais de lado, mas nem por isso são menos belas, mais antigas ou mais recentes, além de uma interpretação de "a fuego lento" da canária Rosana, daquelas à Luís Represas, que conseguem ser ainda melhores que o original. E decidiu chamar a este espectáculo, muito a propósito, "ao canto da noite", que é justamente uma dessas canções.
O espectáculo de ontem repete-se nos restantes dias desta semana, pelo que quem não o quiser perder tem mais quatro oportunidades para o fazer (de hoje até Sábado), e apesar de eu poder ser considerada "suspeita", acho que vale muito a pena, porque "é bom e recomenda-se".

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