Desde que me lembro de existir, o mês de Fevereiro, e em particular o dia 27, sempre teve nome próprio: Teresa. E este nome é-me tão familiar, que nem sei dizer se o acho bonito ou não. Teresa é para mim igual a essa inexplicável irmandade que me faz pensar em como são peculiares estes laços, tão diferentes de todos os outros afectos ou ligações e muito para lá de genes, sangue, apelidos comuns, heranças várias, memórias partilhadas, ou tudo o que possa associar-se a parentescos.
A minha irmã trata-me sempre com uma maternal condescendência que às vezes me irrita e outras vezes me diverte, mas que na verdade sei que não é mais que preocupação genuína de irmã mais velha, como gestos de amor disfarçados.
E mesmo se é verdade que as voltas da vida nos afastaram um pouco mais do que poderíamos imaginar quando éramos pequenas e quase não nos largávamos, a verdade é que mesmo se às vezes nos enervamos ou não nos compreendemos em absoluto, lá no bem no fundo seremos sempre, como nos chamavam os nossos amigos da adolescência, "as manas".
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