E, por isso, predominam os "prontos" "fostes" "hádem" "haviam" "diria-lhe" "eu chamo ele" "eu disse-lhe a ela" "um dia solarengo" entre muitas outras distorções e monstruosidades, que se vão tornando banais.
Veja-se o seguinte diálogo:
- Ontem esteve um dia tão solarengo! Onde é que fostes ?
- Era para ir passear com a minha mãe, mas como haviam muitas pessoas na rua, eu disse-lhe a ela: Prontos! Ficamos em casa. Hádem vir outros dias assim. E ela chamou-me de preguiçosa. Eu diria-lhe que é mais uma questão de comodismo...
Quantas pessoas não acharão este diálogo perfeitamente correcto? Quantos não considerarão que cumpre a seu objectivo de fazer passar uma determinada mensagem e que só isso importa?
No meio de todas estas barbaridades que, a cada momento, ferem os ouvidos e fazem arrepiar os pelos dos poucos que ainda têm respeito e consideração pela nossa língua, assume particular relevância e complica-me de forma especial com o sistema nervoso o "chamar de...", que já se vulgarizou completamente. "Ela chamou os seus vizinhos de ignorantes" passou a ser regra, em vez da forma correcta: "Ela chamou-lhes ignorantes" ou "Ela chamou ignorantes aos seus vizinhos." Toda a gente, (incluindo pessoas supostamente intruídas e que teriam obrigação de saber como se diz), parece ter esquecido que se chama alguma coisa a alguém e não se chama alguém de alguma coisa. Porque não somos todos brasileiros, graças a Deus!...
Enfim, o domínio da língua e o uso que se faz dela também diz muito da cultura de um povo.
Assino por baixo.
ResponderEliminarNão consigo pactuar com esse tipo de erros, que infelizmente, já são do domínio público.
Vocês já substituiu o vós, vosso, convosco, que são muito mais bonitos.
Não há telenovela que não nos atire com o "pedir em namoro" "já o perdoei", quero ir com vocês, etc.etc A palavra fogo! substitui o bolas, que não era bonito, mas considerado aceitável. O meu neto de 3 anos até dizem " Que nojo" quando naõ gosta de alguma coisa, o que acho deplorável.
O problema é que aqui no Norte as pessoas têm gozo em falar mal e acham que não se justifica aprender expressões mais dignas e corretas.
Mas não somos só nós. Basta ver séries em inglês americano para deduzir o mesmo. Até se ridicularizam os ingleses por falarem melhor, o que também não é verdade, pois no Yorkshire onde vivi, fala-se quase em dialecto!!
Antes fosse só no Norte, Virgínia! Já era mau. Mas é também no Sul, no Centro, por todo o lado.
EliminarTinha-me esquecido do "pedir em namoro", que é também igualmente abominável. Enfim...
Beijinho
Isabel M.
A maior parte destes erros é oriunda da tradução de expressões inglesas para português; outras, aliterações do português do Brasil e outros, ainda, erros generalizados da conjugação do verbo haver (hei, hás, há, havemos, haveis, hão). Se na oralidade não me chocam sobremaneira, já na escrita...
ResponderEliminarUma confissão: vivi uns anos no Brasil e, muitas vezes, mesmo na escrita, baralho-me com os verbos de conjugação reflexiva pronominal. Por exemplo: "se me dá" ou "dá-se-me depois de um "não" ou de um "que". Mas nunca digo ou escrevo "despoletar" :)
Beijinhos,
(Não consegue retirar a verificação de caracteres...?)
Paulo: confesso que sou um pouco "bimba" em termos de tecnologias e ainda "verde" nos blogues. Por isso, não faço ideia do que seja a "verificação de caracteres", mas se me explicar, se calhar, consigo retirá-la... ;)
EliminarBeijinho
Mas eu esforço-me: fui à procura! nas definições, em comentários há uma opção "mostrar confirmação de palavras". Seleccionei "Não". Será isto? Saalooia!!!
ResponderEliminarÉ isto mesmo! Já andava a precisar duns óculos para decifrar algumas :)
EliminarPerfeito.