Não é preciso palavras. Um sinal basta. Um olhar. Um sorriso. Um gesto. Passar-lhe a mão no cabelo, abrir os braços para ela caber dentro deles e sentir o calor do seu corpo e firmeza do seu abraço a desafiar os perigos, a levá-la consigo para um lugar distante, ao sabor do vento e, com um só movimento, esquecer obrigações e mágoas antigas, matar as dúvidas, as angústias, os medos. Depois, fechar as mãos para agarrar o amor e desatar vontades, na procura do que já não se consegue conter; poder, enfim, repetir despudoradamente quero-te, quero-te, quero-te e entregar-se ao prazer como se fosse a primeira e a última vez, na emergência do corpo, até serenar o coração em sobressalto e a doce e ardente inquietação do desejo, sorrir e repousar, quietos e abraçados, procurando eternizar instantes assim, suspensos na claridade difusa do dia e na força do mar, na neblina que dissolve e mantém incertezas, num mundo só deles, sem contornos definidos, como uma ilha inventada e por explorar, onde apenas podem chegar e existir juntos.
Por fim, acreditar que na vida há poucas coisas importantes e que o tempo ajuda a perceber que o amor é a melhor e a maior de todas; e que amar também é deixar-se ir e não saber porquê. E ser capaz de voltar. E de deixar partir.
(fotografia de Paulo Abreu e Lima que, gentilmente, ma "emprestou")
Lindíssimo texto, Isabel....mas sinto uma nostalgia ao lê-lo....
ResponderEliminarSerá que o Amor só dura o tempo duma rosa?
Nostalgia nenhuma, Virgínia! Apenas talvez a consciência que nunca nada está garantido...
EliminarBeijinho :)
Ui, a fotografia até mudou de cor com as palavras que a acompanham...
ResponderEliminarBeijinhos :)
Pois é, Paulo, as suas fotografias são muito inspiradoras...
EliminarMas eu prometi não abusar e vou manter a promessa ;)
Obrigada outra vez. Um grande beijinho :)
Belinha