Este não é um dia qualquer; não é apenas mais um dia a juntar a tantos outros que se vão sucedendo no calendário, somados ao tempo que passa, no início de uma Primavera hesitante, vagarosa e entorpecida, surgindo num recato que a faz conter-se para lá do razoável, antes de impor-se de vez.
Hoje, vigésimo oitavo dia de um mês que também é meu, há um nome que ocupa o dia todo e o torna diferente e especial: é que hoje, este dia, é do Paulo!
O Paulo é uma pessoa enternecedora, um querido amigo que, apesar de recente, me parece um amigo de há muito, que já faz parte da minha vida, e de quem eu gosto, gosto, gosto.
Gosto da sua sensibilidade peculiar, que combina inteligência e emoção com sabedoria e sensatez; e do modo veemente como defende ideias e convicções, sinal de uma personalidade forte e firme, um daqueles temperamentos que se ama ou se odeia, mas a que não pode ficar-se indiferente. Gosto do seu bom gosto e sentido do belo; e gosto, também, das suas opiniões sobre os mais diversos assuntos, mesmo quando não concordo completamente com elas, do rigor das palavras, do humor subtil, dos valores e dos gostos próximos dos meus, da nossa afinidade intelectual, do seu apoio, da sua crítica e, até, do seu silêncio.
Conhecemo-nos pouco e há pouco, mas o que conheço dele é já carinho e admiração, misto de conforto e empatia, no limiar de uma intimidade que não temos ainda e se vai criando aos poucos. Porque as amizades são isto mesmo: fruto de uma casualidade qualquer, feitas de cumplicidade e de sentimentos irredutíveis a palavras.
Há na vida pessoas assim: que têm uma forma de ser a que achamos graça, a quem nos afeiçoamos só porque sim, e de quem gostamos antes de as conhecermos; que deixam em nós a sua marca e a quem sentimos que alguma coisa nos liga, um laço de emoção e afecto que nasce não se sabe como, nem onde, nem porquê, destino, ou obra do acaso, que não se pode explicar, nem é preciso.
E deixamos o tempo levar-nos assim, ao sabor de vontades e de momentos, na intensidade de uma certeza absoluta ou sem certeza nenhuma, sem limites nem obrigações, sem ansiedade nem pressa, deixando apenas que os afectos se vão tecendo e aprofundando na duração, na autenticidade espontânea dos gestos, no bom humor e na alegria inédita de nos conhecermos sem nos conhecer, puro encantamento de uma estima que se vai desenvolvendo devagar, na surpresa de uma lenta descoberta feita de sorrisos ternos e do que apenas se pressente, ou procura adivinhar, entre palavras e silêncios, no meio do que há-de vir e falta confirmar no fundo dos olhos.
É por tudo isto e porque os mimos nunca são demais, que neste dia, que é de festa, eu abro os braços e lhe dou um abraço enorme, muito apertado, e um grande beijo, símbolo de uma amizade a crescer, cheio de coisas boas e da força de querer que tudo lhe corra sempre muito bem.
Muitos parabéns, Paulo!
(fotografia de Paulo Abreu e Lima, que é o que hoje faz sentido...)
Caríssima Belinha,
ResponderEliminarDepois de ingeridos uns dois litros de saliva, vejo-me, de sobreaviso, rodeado de uns tantos baldes que certamente ainda necessito para o resto da baba :))
Muito obrigado por tão bonitas palavras. Espero, sinceramente, estar à altura de tão afáveis epítetos. Como perguntaria o outro, "o que dizem os meus olhos?": orgulho e felicidade por ser alvo de tamanha consideração; mas também dizem, parafraseando Saint-Exupéry, que sou eternamente responsável por quem tanto me considera. De resto, não me apoquenta: a reciprocidade é integral.
Mais uma vez, muito obrigado e beijinhos :)
Meu querido Paulo: o seu comentário, tão bonito e emotivo, confirma a veracidade e exactidão das minhas palavras.
EliminarÈ por isso e muito mais que me apetece dizer, de novo, que gosto muito de si.
Dia bom!
Um beijinho enooorme :)
Belinha
Sabia que ele era Carneiro mas não sabia o dia de aniversário. Parabéns ao Paulo, vivas à amizade e aos bons textos! Cheers!
ResponderEliminarCheers pois! Ao Paulo, que é um bom amigo, às amizades e a nós também, Faty! :)
ResponderEliminarBeijinhos