sábado, 30 de março de 2013

Profundo mar azul


 
Eu, que sou uma romântica incorrigível e adoro filmes que falam de sentimentos e contam histórias de amor, tinha de ver este filme, The deep blue sea no original, baseado numa peça dos anos 50 de um dramaturgo chamado Terence Ratting e de um realizador que eu não conhecia: Terence Davies.
Tendo como cenário a cidade de Londres do pós-guerra, a história, que poderia ter como epígrafe a famosa frase de Pascal: Le coeur a des raisons que la raison ne connaît pas, gira em torno de um triângulo amoroso que faz a personagem feminina, Hester  Collyer, entregar-se a uma avassaladora e dolorosa paixão, apesar da consciência de não ser totalmente correspondida, o que a leva a arrastar-se e a humilhar-se, num caminho de desespero que quase a mata, enquanto o marido sofre por ela de uma maneira de certo modo semelhante, num ambiente dramático e de grandes planos, em que o que se cala é tão importante como o que se diz.  
Não será talvez um grande filme, mas eu gostei. E recomendo-o. É esteticamente muito bonito, retoma o tema da proximidade entre o amor e a morte, que me apaixona desde sempre, e tem  a magnífica Rachel Weisz, que consegue transmitir o estado de espírito da personagem através da sua presença simultaneamente intensa e silenciosa, numa interpretação profunda e notável, que lhe valeu a nomeação como melhor actriz dramática  nos Globos de Ouro de 2013.
E depois, o filme tem ainda outra coisa de que eu gosto: um final em aberto, fazendo passar a ideia de que tudo é possível, como na vida.

4 comentários:

  1. Já ontem comentei este filme no meu blogue, dum modo diferente, pois não gosto muito de estragar o suspense aos espectadores:)

    É um bom filme, mas não me surpreendeu como The End of the Affair or um outro sobre Keats com o mesmo tema e muito mais profundos. Neste as duas personagens masculinas pairam, não vivem à volta da personagem principal....são demasiado fátuos, embora se adivinhem sentimentos que porventura os fazem mover...

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    1. Não conheço, ou pelo menos não me lembro dos dois filmes de que fala, mas concordo que todo o filme é centrado na personagem feminina, ou a força da interpretação de Rachel Weisz assim o faz crer.
      Vou ler o que diz no seu blogue. Até já!
      Beijinho

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  2. Boa Páscoa, Isabel Mouzinho! Às vezes, sabe bem estar fora dos virtuais...mas depois sabe bem voltar e por as leituras em dia
    Beijinhos.

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    1. Já tinha dado pela sua falta, Madalena! ;)
      Boa Páscoa também para si.

      Um beijinho :)

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