Há, actualmente, uma mania enervante e cada vez mais vulgarizada, que consiste em utilizar palavras em inglês em número crescente, como se isso adicionasse modernidade e cosmopolitismo ao discurso, de forma automática.
Refiro-me ao uso exacerbado de "lol(es)" e outras expessões similares e não menos irritantes, como "whatever", ou "wharever", ou na versão pimba "uórevare"; são os "outfit(s)" e os "styling(s)", as "true story" e muitos outros exemplos que se multiplicam até à exaustão e que poderia reproduzir aqui, mas nem vale a pena, tudo muito "fashion", claro está.
Na verdade, os que as utilizam a torto e a direito e às vezes até de forma extremamente cansativa e com isso se julgam muito moderninhos, ganhariam mais em aprender um pouco melhor o português que, em geral, dominam pouco e mal, em vez de assumir esta atitude acrítica de embasbacamento saloio perante tudo o que vem "de fora" e não é necessariamente melhor.
Admito, no entanto, que há casos pontuais em que uma determinada palavra de outra língua exprime melhor o que queremos dizer. É o que acontece, por exemplo, com a palavra rentrée, porque não há em português nenhuma palavra capaz de transmitir de forma tão forte e abrangente a infinidade de sentidos que ela encerra. Do mesmo modo, tenho tendência para utilizar mais facilmente um te quiero, tão cheio de luz e de vontade(s), tão carregado de desejo, em vez do nosso feíssimo "amo-te", quase desagradavelmente lúgubre do ponto de vista sonoro, cheio de vogais fechadas, como se se virasse para dentro.
Mas nisto, como noutras coisas, convém não exagerar!... Exprimir-se na sua língua não é sintoma de menoridade alguma. Bem pelo contrário.
E afinal, digam o que disserem, o português é uma língua extremamente rica. Muito mais que o inglês, em todo o caso. E é nossa!
Olá Isabel,
ResponderEliminarAdmito que por força das circunstâncias, por vezes acontece misturar inglês com português, talvez porque uma das minhas funções, profissionalmente falando, passou também por ser Liaison officer. A maior parte do dia falava inglês ao telefone, e ao mesmo tempo português com os colegas e directores, às tantas e sem querer misturamos as duas línguas, quer a escrever, quer a falar.
No meu caso, não tem a ver com "modernidade e cosmopolitismo". Acontece, simplesmente. Ultimamente estou melhor, já consigo evitar bastante a tal 'mistura.
Não sei exactamente o que é uma "liaison Officer" , Maria (e como sou mais francesa vem-me automaticamente à ideia "Les liaisons dangereuses" - eheheheh).
EliminarAgora a sério: acredito que no seu caso não seja uma questão de "pedantismo" mas na maior parte dos casos é isso e outras coisas, convenhamos...
Beijinho
Isabel
Concordo, Isabel!...
ResponderEliminarBeijinhos.
Pois...
EliminarBeijinho.
Acredite que no Brasil é bem pior. Transformam palavras de todas as línguas em "português brasileiro". Exemplos? Demodê, esporte etc..
ResponderEliminarBeijinho :)
Os espanhóis também fazem isso. Dizem e escrevem "estrés" (stress) ou "béis" (beige).
EliminarE as célebres traduções de nomes de grupos musicais? A mais hilariante é "Las pistoletas sexuales" (Sex Pistols) :D :D
Beijinho :)