Sou mais de cinema do que de teatro, confesso. Em teoria o teatro pode até ser mais interessante do que o cinema, pelo carácter único, imediato e irrepetível de cada representação. O cinema tem a câmara e o tempo a separar a interpretação do público. E, no entanto, é mais fácil, para mim, pelo menos, ver uma história no ecrã e esquecer-me de que se trata de uma ficção. Tal como acontece com a literatura, por momentos, é possível "sair do mundo" e acreditar no que se vê/lê como se fosse a (nossa) vida, emocionarmo-nos com a história, rir e chorar, deixarmo-nos levar para outro tempo e outro(s) lugar(es). No teatro é-me mais difícil esquecer que estou a ver "representar" e sou, em geral, mais difícil de contentar.
Odeio teatro de revista e também não gosto de musicais. Não gosto de "stand up comedy", nem de comédias de riso fácil e piadas mais ou menos alarves. Nem de peças muito intelectuais e deprimentes, daquelas muito obscuras, que demoram a entender-se, ou que nunca se chega lá.
Por isso, ou não sei porquê, vou muito menos ao teatro do que ao cinema. E, no entanto, no meio de tudo isto, há excepções. Porque há actores que vale sempre a pena ver. Destaco dois: Nuno Lopes e Diogo Infante.
Façam o que fizerem, tento ver. Tenho um "fraquinho" por ambos, na verdade. Artístico, claro está! O Diogo Infante, então, nem precisa de representar. Basta-me ouvir-lhe a voz, que é linda, mesmo!...
Vem tudo isto a propósito da peça Preocupo-me, logo existo, com texto de um norte-americano chamado Eric Bogosian, música original de João Gil, direcção cénica de Natália Luísa e interpretação de Diogo Infante. Acho que também foi ele que traduziu o texto, mas não tenho a certeza. Nem é relevante, para o caso.
Durante cerca de uma hora e pouco, Diogo Infante, sozinho em palco, faz oito monólogos que nos divertem e inquietam, simultaneamente. Fala de tudo, com o brilhantismo e o talento de que só ele é capaz: da procura do sentido para a vida, de preocupações existenciais e quotidianas, de pequenas coisas que vão enchendo os nossos dias.
Como disse o próprio Diogo Infante, numa entrevista, o texto trata "das nossas ansiedades de forma corrosiva e muito humorística."
A peça, que já vi há meses, no Inverno, andou em digressão pelo país e voltou agora a Lisboa, aos S. Jorge, onde vai ficar durante o Verão. Eu adorei. E, como gosto de partilhar as coisas boas, aqui fica a sugestão: recomenda-se vivamente!
Façam o que fizerem, tento ver. Tenho um "fraquinho" por ambos, na verdade. Artístico, claro está! O Diogo Infante, então, nem precisa de representar. Basta-me ouvir-lhe a voz, que é linda, mesmo!...
Vem tudo isto a propósito da peça Preocupo-me, logo existo, com texto de um norte-americano chamado Eric Bogosian, música original de João Gil, direcção cénica de Natália Luísa e interpretação de Diogo Infante. Acho que também foi ele que traduziu o texto, mas não tenho a certeza. Nem é relevante, para o caso.
Durante cerca de uma hora e pouco, Diogo Infante, sozinho em palco, faz oito monólogos que nos divertem e inquietam, simultaneamente. Fala de tudo, com o brilhantismo e o talento de que só ele é capaz: da procura do sentido para a vida, de preocupações existenciais e quotidianas, de pequenas coisas que vão enchendo os nossos dias.
Como disse o próprio Diogo Infante, numa entrevista, o texto trata "das nossas ansiedades de forma corrosiva e muito humorística."
A peça, que já vi há meses, no Inverno, andou em digressão pelo país e voltou agora a Lisboa, aos S. Jorge, onde vai ficar durante o Verão. Eu adorei. E, como gosto de partilhar as coisas boas, aqui fica a sugestão: recomenda-se vivamente!
Sem dúvida, Isabel. Diogo Infante (como Nuno Lopes - fabuloso!) ilumina qualquer peça, qualquer palco. Lembro-me de uma peça no Teatro Aberto (com o também excelente Virgílio Castelo e, na altura, a fantástica Alexandra Lencastre) em que quando o Diogo entrou em cena, tudo ficou diferente, o público murmurou e manifestou-se em estridentes aplausos, rendido.
ResponderEliminarInfelizmente, não é a regra e há muito pouco bom teatro em Portugal...
Beijinho :)
Eu lembro-me de, há muitos anos, ver Diogo Infante, também sozinho, fazer "Sexo, Drogas e Rock n'Roll", deste mesmo autor. Foi aí que me rendi... ;) Tenho até ideia de ter ido ver duas vezes.
EliminarSe puder, Paulo, vá ver esta peça. É que vale mesmo a pena...
Beijinho :)
E fez muito bem em partilhar porque devo ir ver esta peça de teatro!
ResponderEliminarAo começar a ler o que escreveu, disse cá para mim, com certo sorriso: Tal e qual como penso. Concordo até com as virgulas (brincadeira esta das virgulas) Porém, quando o teatro é bem interpretado ou de qualidade, a meio da peça já estou envolvida na trama, esqueço e vou no embalo!...
Beijinhos e obrigada pela informação!
Faz muito bem!
EliminarA peça é excelente e a interpretação inesquecível. Até estou a considerar a hipótese de ir de novo ;)
Beijinho
Hoje não deu para ir como era a minha intenção.Ao telefone informaram-me que tinha de fazer reserva com 48 horas de antecedência...Então, matarei dos coelhos com duas cajadadas. No próximo domingo,quando sair do teatro vou ao Largo,em São Carlos, ver o Lago dos Cisnes...Veremos se tudo isto será possível!Querer é poder!
EliminarBoa semana e sem inquietações!...Também não estou nos meus melhores dias, mas vai passar.
Beijinhos, Isabel!
Obrigada Madalena! Boa semana também para si. Beijinho
EliminarGosto muito de teatro, de ir ao teatro e de ler texto dramático, este com Tennessee Williams e Bernardo Santareno no topo. Mas concordo com isto:
ResponderEliminarNão aprecio " teatro de revista" mas musicais já sim, vi Miss Saigon em Londres há anos e anos, por exemplo, e adorei. "Não gosto de "stand up comedy", nem de comédias de riso fácil e piadas mais ou menos alarves. Nem de peças muito intelectuais e deprimentes, daquelas muito obscuras, que demoram a entender-se, ou que nunca se chega lá." - Aqui lembro-me de ter visto em Lisboa Waiting for Godot, em inglês, sim, e ter detestado. Até porque tinha 18, 19 anos... :)
Eu tive muitas experiências dessas, Faty! ;)
EliminarMas também já vi coisas muito boas!
Beijinho
Mas vou mts vezes, por aqui, ainda no sábado fui ver uma peça no CETA em Aveiro... E infantis, tb, para o pequeno ver. :)
ResponderEliminarPois, infantis nem por isso... ;)
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