Um grupo de professores pertencente ao Movimento Boicote e Cerco invadiu a Escola Rodrigues de Freitas, no Porto. A invasão registou-se já depois das 10h30, hora a que devia começar a prova de avaliação de professores contratados com menos de cinco anos de serviço. De acordo com a reportagem da Renascença no local, os elementos do grupo forçaram a entrada nas instalações, chegando a empurrar alguns funcionários. Há elementos da PSP no interior da escola, mas os professores em protesto ainda não foram retirados e continuam a fazer grande ruído, exigindo, por exemplo, a demissão do ministro da Educação, Nuno Crato.
Leio isto na Comunicação Social e não posso deixar de me sentir envergonhada pelo mau exemplo que os professores dão, uma vez mais, de si mesmos, em primeiro lugar, e também da classe a que pertencem. Depois do escândalo que foi no ano passado a greve aos exames nacionais, depois do episódio de Dezembro último; e de tantos outros, que prefiro nem recordar...
Têm os professores, naturalmente, direito à contestação e a lutar pelo que julgam ser os seus direitos. Nem me interessa agora se têm ou não razão, se a prova não sei quê e o Ministro não sei que mais.
O que me impressiona e indigna é esta ideia do "vale tudo", é o baixo nível, é o querer impor-se pela força. Ainda que tivessem razão, perdê-la-iam com este tipo de atitudes e de acções. Mas o pior é a imagem que fica e o que tudo isto revela, para os seus alunos, antes de mais, mas também para a sociedade, de uma forma geral.
Como podem os professores vir depois falar em respeito e em autoridade? Como podem deixar-se "representar" por uma criatura como Mário Nogueira? Como podem aceitar ser instrumentos de aproveitamento político?
É claro que também há bons professores, inteligentes, esclarecidos, competentes e capazes de pensar pela sua cabeça. Mas, infelizmente, não são a maioria. E esses, sendo muito poucos, nunca aparecem.
Hoje, os professores voltaram a dar um triste espectáculo, que me lembrou as palavras de um amigo meu a quem eu um dia contava algumas coisas que presenciara na escola e que, chocado com o que ouvia, me disse assim: "Não me contes mais... Só de pensar que é a essa gente que nós entregamos os nossos filhos..."
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