quinta-feira, 10 de setembro de 2015

A fragilidade da vida


Mesmo sabendo que não é assim, tendemos a acreditar que duramos para sempre, assim como aqueles a quem muito queremos, ou até os que apenas conhecemos. E por isso damos muitas vezes importância ao que não tem significado ou valor algum, enquanto adiamos os momentos de apertar nos braços as pessoas que amamos, e calamos o que nos vai no coração. Porque achamos sempre que (ainda) temos tempo. Muito tempo...
Como diz José Tolentino de Mendonça: "Privamo-nos a nós próprios do tempo necessário para colher o sabor, o silêncio ou as cintilações que temperam a vida. (...) As nossas sociedades medem infelizmente o seu progresso esquecendo domínios da vida humana que não são mensuráveis e que têm a ver com a interioridade, a criação, o dom, a alegria, o sentido."
E só diante da brutalidade da notícia de uma morte repentina é que nos damos realmente conta de como são ténues os fios que nos ligam à vida; é então que temos a real consciência da nossa  pequenez e finitude.


(Fotografia de Paulo Abreu e Lima)

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