Há qualquer coisa de desconcertante no último filme de Woody Allen, "Irrational Man", do qual não se sai com a mesma ligeireza com que acaba de ver-se um daqueles filmes que se esquecem logo no dia seguinte. E no entanto não é, para mim, uma das suas obras maiores.
Mas um filme de Woody Allen vale sempre a pena ver, porque é um excelente contador de histórias e é isso que faz a diferença, porque mesmo nos seus filmes menores há excelentes actores, e também porque perante a mediania a que temos assistido nos últimos tempos nas salas de cinema - com muito poucas excepções - este filme, ainda assim, se destaca.
Joaquin Phoenix demonstra aqui uma vez mais o seu brilhantismo e Emma Stone é também muito convincente neste drama que tem a filosofia como pano de fundo, que retoma o tema do crime perfeito, já recorrente em Woody Allen, e que coloca questões de culpa e de moralidade, revelando uma visão profundamente desencantada da vida, comum a todas as personagens, cujos destinos se alteram por pequenos acasos.
E não deixa de ser curioso, irónico até, mais ainda nos tempos que correm, que a Europa surja como um lugar idealizado e vagamente romântico, para onde se deseja "fugir"...
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