terça-feira, 4 de setembro de 2018

Mariquices


Não sei explicar este fenómeno. Será uma questão de idade ou outra coisa qualquer, mas a verdade é que à medida que o tempo passa me parece que vou ficando mais sensível e dou comigo a emocionar-me por tudo e por nada: uma canção, um  filme, uma passagem de um livro, uma qualquer situação do quotidiano, ou apenas um gesto carinhoso, um abraço apertado, uma lembrança, uma atenção, chegam para me comover.
Também é verdade que, com o passar dos anos, passei a assumir isso sem nenhum pudor; e lembro-me, muitas vezes, do meu querido Paulo Portas que disse, a propósito das suas lágrimas por ocasião da morte do irmão, que elas são naturais e não denunciam fragilidade, mas apenas afecto e sentimento. Não é esse, afinal, o nosso lado mais humano?

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