E
já voltou Setembro, mês de recomeços e alterações, de novos caminhos e de
outros desafios, entre a nostalgia do que fica para trás e o deslumbramento do
que está por começar.
Encontro
sempre um prazer especial na rentrée, gosto
da novidade e da mudança, ainda que o risco seja sempre mais ou menos calculado,
porque não sou exactamente aventureira, ou radical. Apenas procuro não manter
durante muito tempo uma rotina sempre igual, com hábitos e gestos que de tão
repetidos acabam por perder o sentido. Tenho uma alma inquieta e sonhadora, não
sei se pela minha natureza, se para cumprir, talvez, o que se diz do meu signo,
embora no fundo não acredite muito nessas coisas.
Enfim, há nas pequenas ou grandes transformações a ideia de que o melhor é o que ainda virá, a esperança de
tudo poder ser diferente, nem que seja só um bocadinho, e logo melhor ainda,
sem esquecer que muito do que vai sendo a nossa vida depende quase só de nós.
É
também um pouco por tudo isto que depois de mais de dois meses de silêncio e “a
pedido de várias famílias”, mas acima de tudo porque me apetece outra vez,
regresso hoje à escrita e vou ficando por aqui, sem pressa nem obrigações, que
é como eu gosto de tudo na vida, dando-me tempo para este encontro comigo e com
quem passa, sem deixar de estar atenta ao mundo à minha volta e esperando que
um quotidiano mais ou menos apressado não impeça nunca o espanto e a alegria
das coisas simples e boas.
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