domingo, 5 de julho de 2020

Umas férias muito sui generis



Não é a minha estação preferida. Sempre me incomodaram um pouco os calores desmedidos do Verão e todas as imagens mais ou menos deprimentes que lhe associo, de que as praias cheias de gente são apenas um exemplo. Mas o Verão é também sinónimo de lazer, de bebidas frescas na brisa do fim da tarde, de poder olhar o mundo com mais calma, de pintar a vida em tons de azul, de inebriar-se de sol e mar, de viver sem pressa nem horários, na quietude serena e preguiçosa de se deixar levar pela vontade de cada momento.
Aqueles que, como eu, precisam com frequência de "arejamento", perguntam-se por estes dias o que fazer: se será seguro ir de férias, para onde ir, como, ou com que limitações e cuidados.
Que estranhos e inquietantes tempos vivemos, com medo de tudo, com precauções que nunca sabemos se serão excessivas ou insuficientes.
Mas, até por uma questão de "sanidade mental", o afastamento das todas as rotinas é fundamental. É preciso, pois, de vez em quando, respirar outros ares, ver outras pessoas e conhecer sítios novos, renovar-se, serenar, sentir-se em paz.
E porque tudo tem também um lado positivo e é a isso que temos de agarrar-nos, apesar das saudades de Espanha e de França, apesar de não poder este ano ir onde eu quero e posso, tenho agora a oportunidade de conhecer mais do meu país, onde também há, sem dúvida, muito que ver, e onde também posso conhecer melhor as cidades, caminhar sem rumo, deixar-me arrebatar.

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