Eu, que sou uma romântica e que adoro cinema, não perco um filme de amor. Por isso, naturalmente, fui ver "A Essência do Amor" (To the wonder, no original). Nunca tinha visto nenhum filme de Terrence Malick, motivo pelo qual não posso dizer se é melhor ou pior que os anteriores.
Ouvir falar francês e ter Paris como cenário é logo meio caminho para eu me sentir seduzida. O início encantou-me, pois, nas imagens belíssimas de Paris e do Mont Saint-Michel, acompanhadas pela voz em off, em vez do diálogo, dando primazia à contemplação mais do que à acção.
E, no entanto, não posso dizer que tenha gostado do filme, que me parece depois perder-se pelo meio, apesar de ter imagens muito belas e momentos tocantes, quase perfeitas.
É um filme que trata do amor nas suas múltiplas dimensões, nas dúvidas e certezas que suscita, no arrebatamento de uma entrega que não pede nada em troca, ("Si je te quitte parce que tu ne veux pas m'épouser, c'est que je ne t'aime pas"), na fase de esplendor e depois, também, no efeito devastador do seu declíneo.
Perturbante, melancólico e de certo modo poético, no mais puro estilo daquilo a que eu chamo "um filme p'rá carola", daqueles que incomodam e fazem pensar, com zonas obscuras, que não se entendem totalmente, o filme é a determinada altura também um pouco extenso e maçador. E, ainda assim, é muito diferente de todos os filmes de amor que já vi. Porque é uma visão a partir de dentro. E, mesmo se não é inteiramente conseguido, não se lhe pode ficar indiferente.
Talvez porque trata do que a vida tem de mais grandioso e importante.
Talvez porque trata do que a vida tem de mais grandioso e importante.
é isso mesmo, ainda bem que escreveste sobre o filme:). O Mallick anda a exagerar no "pathos". As partes do padre estão muito boas, talvez o incío eo fim, mas lá pelo meio há uma meia-hora redundante, que tira beleza ao génio do rapaz a filmar. Ninguém filma como ele, para cima das coisas, para cima das pessoas.
ResponderEliminarTambém acho muito boas as partes do padre. O filme tem momentos, mas na globalidade é que talvez já não. ;)
EliminarPor acaso já tinha pensado o que acharias tu (que és um cinéfilo de primeira) deste filme. Vejo agora que estamos mais ou menos de acordo.
(E esta visita, inédita, é na verdade uma honra ;)
Beijinho
Gosto da sua apreciação, Isabel.
ResponderEliminarO Javier Bardem foi a personagem que mais me tocou.
Vi o filme como se estivesse a ouvir música, não me preocupei tanto com a história, mas com a estética, o visual e o som...
Se não viu, veja The thin red line, o filme mais belo sobre o palco da guerra que já vi. É liiiindo e comovente.
O The Tree of Life também vale a pena ver, mas é mais neste género, evasivo e desconcertante.
Bom Domingo!
Obrigada pelas sugestões! ;)
EliminarBom Domingo também para si, Virgínia.
Beijinho
Eu gosto dos filmes do Terrence Malick, muito, precisamente pela poesia :) Vi O Novo Mundo e adorei, é mais do que a história do John Smith com a Pocahontas, é lindíssimo. Não vi este.
ResponderEliminarEntão vá ver, Faty, porque provavelmente também vai gostar. Eu continuo a achar que o filme tem coisas boas, mas globalmente não me convenceu :)
EliminarBeijinho
Tenho este filme na lista para ver, mas ainda não me foi possível...Tem sido complicado dar conta da agenda!(risos)
ResponderEliminarHoje vim aqui ler os posts de alguns dias.
Ainda não formei opinião sobre a actriz Angelina Jolie que resolveu ser radical. Tal como outras figuras públicas o fizeram há uns bons anos, mas não tiveram tanto eco. Lembro-me do ano passado, se não estou em erro, a cantora brasileira, Rita Lee ter feito o mesmo...
Beijinhos, Isabel
A minha primeira reacção também foi de estranheza, mas depois li um pouco mais sobre o assunto e consegui compreender.
EliminarBeijinho Madalena! ;)