Ou então não penso em nada. Deixo-me embriagar pela luz serena da tarde que fica para lá do vidro, enquanto relembro canções (mande notícias do mundo de lá, Diz quem fica; Me dê um abraço, Venha me apertar, Tô chegando; Coisa que gosto é poder partir sem ter planos; Melhor ainda é poder voltar quando quero...), ou poemas (Só quem procura sabe como há dias de imensa paz deserta; pelas ruas a luz perpassa dividida em duas: a luz que pousa nas paredes frias, outra que oscila desenhando estrias nos corpos ascendentes como luas suspensas, vagas, deslizantes, nuas, alheias, recortadas e sombrias)...
É que hoje, agora, também eu queria outros ares e horizontes mais largos, porque o meu pensamento está longe, descentrado, ausente, assumindo-se cigano, desejoso de seguir errante, vida fora.
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