sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Recaída(s)


Tinha aprendido a defender-se das investidas da nostalgia, que irrompiam na placidez dos seus dias, sem razão nem aviso. E também a conter os impulsos e os desejos secretos, que a faziam querer afastar-se do resto do mundo para se deliciar a sonhar os mais íntimos, inconfessáveis e tentadores pecados. Mas ainda havia dias em que deixava que na sua cabeça fosse Inverno, para acender de novo aquele fogo imaginário de uma noite fria e muito antiga, voltar a estender-se diante das chamas, saborear um Don Pérignon e perder a cabeça e a noção do tempo, na pureza e na comoção da entrega de corpo e alma e naqueles momentos perfeitos de dádiva de amor total.

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