Tenho cada vez menos paciência para me sentar a ver televisão. Houve um tempo, há muitos anos, em que gostava de ver novelas brasileiras; mas agora já não. Também não vejo séries, nem concursos - os de cantorias, por exemplo, não se aguentam e são todos iguais - e filmes só mesmo no cinema.
Depois, não há na televisão portuguesa verdadeiros debates de ideias e de opiniões. Há apenas os "comentadores de serviço", que opinam sobre política ou futebol, aqueles a que Pinto da Costa um dia sarcasticamente se referiu como "paineleiros", sempre os mesmos, desinteressantes e cansativos. E os infindáveis programas, debates, comentários, desportivos. Horas a fio. Em todos os canais ao mesmo tempo, em certos dias.
Sobra a informação. Mas nem isso vale a pena. Os telejornais começam invariavelmente com as lesões de Cristiano Ronaldo, ou outra notícia assim "importante", passam pela crise e arrastam-se penosamente por mais de uma hora, com os mais impensáveis fait-divers e muitas ligações em directo, por tudo e por nada, para tratar de coisa nenhuma.
A este respeito, encontrei uma vez mais no Delito de Opinião um texto de Pedro Correia, claríssimo e muito bem escrito, com o qual concordo em absoluto.
Diz assim:
Hoje, com a febre dos "directos", qualquer irrelevância se torna manchete. Um dos problemas do nosso tempo é a falta de hierarquia nas notícias. Tudo vale, desde que preencha tempo de antena ou provoque reacções em cadeia nas redes sociais - com prazo de validade cada vez mais curto. A morte de mil pessoas num atentado surge nos telediários imediatamente antes ou imediatamente após uma peripécia da treta protagonizada por qualquer futebolista ou vedeta de telenovela. Há quem faça vénias ao fenómeno, em nome da suposta "democratização" da informação. Mas informação não é isto. E não existe democracia digna desse nome sem informação séria, credível, editada e hierarquizada. Tudo quanto a moda dos "directos" não é.
Enfim, o que tudo isto tem de bom é que me vai sobrando mais tempo para dedicar à leitura. Menos mal...
A leitura e um passeiozinho são sempre boas alternativas!
ResponderEliminarBeijinhos.
E muito mais edificantes, sem dúvida!
Eliminar(É um prazer recebê-lo aqui "em casa", mfc. É que, como já deve ter reparado, sou fã das suas fotografias...)
Beijinhos
Completamente de acordo consigo, Isabel Mouzinho. Perdi todo o interesse pela televisão. Dias há em que quase me esqueço que ela existe cá em casa. Uma pobreza, enfim... Beijinho
ResponderEliminarUma pobreza, sim. Eu também cada vez lhe dedico menos tempo. Mas enfim, tudo tem também um lado bom. Podemos dedicar-nos mais a outras coisas :)
EliminarUm beijinho para si
Não me leve a mal e desculpe lá a minha lata, mas a minha parte preferida do post foi a foto nova de perfil.
ResponderEliminarÓ Sérgio, mas a foto nova de perfil não faz parte do post...
EliminarTem razão, não faz parte mas reparei. É engraçado como uma foto pode mudar a forma como vemos as pessoas.
EliminarNão percebo... Mas ao menos que seja para melhor.
EliminarMas será possível, (a mim) um dos piores consumidores de TV, e viciado em rádio, viver sem assistir a:
ResponderEliminarTanto para Conversar- Agora - Biosfera - Consigo - Visita Guiada - A Quimica das Coisas - RTP Artes - Janela Indiscreta - Mad Man - Dexter - Palcos - Fim de Uma Época - No Limite - RTP Artes - Californication - Desporto 2 - Bairro Alto - Sociedade Civil ?
Possuir mais de 40.000 videos no site da RTP, à sua disposição, e não aproveitar?
E enquanto o sono não chega, ter a garantia que o filme da rtp2 é cinema de qualidade.
Não ver no sábado o filme Amor?
Afinal o botão 2 do comando, não é tóxico, nem tem publicidade. Uau...
E ainda me resta tempo para ler, namorar, escolher as notícias, ir ao café e trabalhar.
Há escolha...e sem tvcabo. De borla...ainda por cima.
Não, obrigada.
EliminarUm cansaço, tudo isso. É que eu trabalho...
Há algumas coisas aceitáveis na RTP2, de facto, mas ela tem também um pretensiosismo intelectualóide que é, quanto a mim, profundamente irritante, e que tem o seu exemplo mais óbvio no estilinho da Paula Moura Pinheiro, por exemplo.
Quanto a filmes, gosto muito, mas no cinema; não na televisão....
Felizmente nunca preciso de esperar muito para o sono chegar, mas nunca o faço à frente da televisão. É que para mim televisão no quarto é uma das coisas mais abomináveis que posso conceber.