Agora já é a sério: este fim de semana o Outono instalou-se por inteiro com o Natal no horizonte a querer sobrepor-se-lhe na exuberância de luzes e enfeites que anunciam a festa por antecipação.
Há qualquer coisa de irremediavelmente poético e aconchegante nos dias a saber a tangerinas, a nozes e a torradas com requeijão e marmelada, no friozinho cortante que nos atravessa a pele e chega até aos ossos, na mudança das roupas leves para roupas quentes e macias, ou nos dias demasiado curtos, de noites enormes, a reclamar bebidas quentes, corpos tapados e abraços embrulhados em ternura.
E eu, que às vezes corro demais e vivo de cronómetro pendurado ao peito, ou quase, páro de vez em quando para olhar as cores quentes do Outono ou a doce melancolia dos dias chuvosos, e para lhe sentir profundamente todos os cheiros.
Mas é no fundo dos olhos verdes da minha mãe que melhor aprendo o vagar dos dias.
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