Escrever, já se sabe, é uma aprendizagem. Mas anterior a ela há também uma boa dose de aptidão, que faz com que algumas pessoas possam fazê-lo muito bem e outras nem tanto. Há algumas técnicas, claro, há melhoramentos que se conseguem pela prática, mas da mesma maneira que todos podemos aprender a dançar, a cantar, ou a pintar, sem que apenas por isso o façamos com perfeição e mestria, porque faltará sempre qualquer coisa, aquele suplemento de alma que faz a diferença, também não é por aprender uma "receita", e por escrever muito, que todos somos de repente Proust ou Tolstoi, por exemplo.
Hoje toda a gente acha que escreve. Nada contra. Mas esse simples facto em si mesmo não significa que quem o faz seja um grande escritor.
Vem tudo isto a propósito de uma descoberta que fiz recentemente: num tempo cada vez marcado pelos "vendedores de banha da cobra", em que proliferam cursos de tudo e mais alguma coisa, que vão da "escrita criativa" a "como ser famoso", mais ou menos isto, descobri não sem espanto que agora há também cursos que ensinam como construir "um blogue de sucesso".
Hoje toda a gente acha que escreve. Nada contra. Mas esse simples facto em si mesmo não significa que quem o faz seja um grande escritor.
Vem tudo isto a propósito de uma descoberta que fiz recentemente: num tempo cada vez marcado pelos "vendedores de banha da cobra", em que proliferam cursos de tudo e mais alguma coisa, que vão da "escrita criativa" a "como ser famoso", mais ou menos isto, descobri não sem espanto que agora há também cursos que ensinam como construir "um blogue de sucesso".
Não sei exactamente o que quererá isto dizer. O que é na verdade um "blogue de sucesso"? Como se define? Pelo número de "visitas"?
Enfim, não conheço muito do meio, mas do que conheço há os que considero muito interessantes e onde vou todos os dias, às vezes mais que uma vez, e até só para "descansar"; há outros verdadeiramente abomináveis, irritantes ou de mau gosto, por onde já passei mas não voltei. Depois, há também os que não me interessam, simplesmente, que me são indiferentes, com toda a carga de subjectividade que têm estas coisas e que correspondem, para mim, muito mais a afinidades e gosto pessoal do que outra coisa qualquer.
O que sei é que não queria nada ter "um blogue de sucesso". Gosto do meu assim como ele é, hoje já muito colado à minha pele e inteiramente "caseirinho", onde todos são bem-vindos, mas que não me faz querer nada mais que o prazer que isto me dá.
Enfim, não conheço muito do meio, mas do que conheço há os que considero muito interessantes e onde vou todos os dias, às vezes mais que uma vez, e até só para "descansar"; há outros verdadeiramente abomináveis, irritantes ou de mau gosto, por onde já passei mas não voltei. Depois, há também os que não me interessam, simplesmente, que me são indiferentes, com toda a carga de subjectividade que têm estas coisas e que correspondem, para mim, muito mais a afinidades e gosto pessoal do que outra coisa qualquer.
O que sei é que não queria nada ter "um blogue de sucesso". Gosto do meu assim como ele é, hoje já muito colado à minha pele e inteiramente "caseirinho", onde todos são bem-vindos, mas que não me faz querer nada mais que o prazer que isto me dá.
E que gosto em lê-la!
ResponderEliminarContinue desse lado,por favor.
Um abraço
Obrigada Malema.
EliminarTambém gosto que esteja aí; sabe sempre bem encontrar outras vozes do lado de lá das palavras.
Continuemos, pois claro ;)
Um abraço também para si,
Há muita gente que ganha dinheiro com os blogues. Parece estranho mas é verdade. Basicamente há que ser conhecido, ter muitos seguidores, publicar os posts nas redes sociais, etc., e arranjar os patrocínios. Depois há também aqueles que se sentem notáveis: na vida real podem ser uns paus mandados, mas nos blogues são os líderes da matilha. Outro perfil muito popular são aqueles que usam os blogues tipo terapia: em vez de irem a um especialista falar da vida deitados num sofá, criam um blog e escrevem umas coisas aleatórias. Mas é melhor não desenvolver muito não vá chegar à conclusão que pertenço a este último grupo.
ResponderEliminarJá a nossa amiga que escreve sobre isto e aquilo é simplesmente simpática, o que também é raro.
Sim, Sérgio, tenho vagamente a noção que há quem viva disto, o que me parece verdadeiramente bizarro. E o que pude ver de um desses casos, fez-me fugir na hora. Não, obrigada...
EliminarSer "simpática" é bom. Ser "simplesmente simpática" já não me parece assim tão bom... Parece-me até um pouco depreciativo. Bom, mas se diz que é raro já volta a ficar em "positivos"... (ainda assim acho que não estou de acordo; mas discordarmos também já é um clássico. Eheheh - estava a brincar!)
"Simplesmente simpática" -> "simpática de uma forma simples". Noto frequentemente em muitos blogs uma necessidade de elogio exagerado nos comentários, por vezes quase piegas, o que não é o seu caso. Era esse o sentido: ser-se simpática sem recorrer a um estilo barroco.
EliminarO barroco não é muito o meu estilo, de facto, embora haja na literatura francesa, por exemplo, lindíssimos poemas barrocos. :)
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