quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

110 anos


Inaugurado a 20 de Janeiro de 1906, o Liceu Pedro Nunes, como ainda hoje é conhecido, começou por designar-se "Lyceu Central da 3ª Zona Escolar de Lisboa", funcionando até 17 de Novembro de 1911 no Liceu do Carmo, primeiro, e na Rua do Sacramento à Lapa, depois, até se instalar definitivamente no centro da cidade, na Avenida Pedro Álvares Cabral, junto ao belíssimo Jardim da Estrela, num edifício criado de raiz pelo arquitecto Ventura Terra, modernizado entre 2008 e 2010 no âmbito do programa de intervenção da Parque Escolar, com um projecto da autoria dos arquitectos Pedro Viana Botelho e Maria do Rosário Beija, e classificado desde 2012  como "Monumento de interesse público".
Ao longo da sua história, passaram pelo Liceu Pedro Nunes alunos e professores que são ou foram figuras de relevo na sociedade portuguesa, como Nuno Crato, Marcelo Rebelo de Sousa, Luís Represas, enquanto alunos, ou Rómulo de Carvalho, o Padre Alberto Neto e Delfim Santos, como professores, para referir apenas alguns exemplos.
No velho edifício só me lembro de ter entrado uma vez, há muitos anos, para fazer um exame do "Propedêutico" - também eu fui "cobaia" da mil e umas experiências e reformas do ensino dos anos pós revolução de Abril e que se mantêm actualmente, no mesmo ritmo frenético e insensato, a cada mudança de governo. Guardo  uma memória difusa desse dia longínquo, marcado acima de tudo pelos nervos e a ansiedade de um acontecimento excepcional. Do espaço, só recordo  a enorme escadaria de madeira, que ainda existe, e uma sala de grandes janelas.
Hoje, o Liceu Pedro Nunes - que ainda não conheço bem, mas sinto já um pouco meu - é um espaço imenso, lindo e de bom gosto, onde a tradição e a modernidade se conjugam em harmonia, um lugar com história, onde passo muitas horas dos meus dias, um mundo quase todo novo que descubro devagar, no arrepio da surpresa que é também um desafio que se vai construindo a cada dia, e onde cabem todas as vitórias e derrotas, esperanças e desilusões, expectativas e vontades de que se vai fazendo o quotidiano, como se a vida estivesse sempre a recomeçar.
E, apesar de não haver lugares perfeitos, vivo ainda no estado de encantamento que têm todos os inícios, na satisfação de um sonho realizado, e na alegria de estar num lugar a que gosto muito de pertencer.



2 comentários:

  1. Continua a ser um liceu de referência. Continuação de boas experiências e excelente trabalho, Isabel!

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    1. Continua, sim. E não por ser um liceu frequentado maioritariamente pela classe média alta, como é costume dizer-se mas antes por ter uma cultura de escola que continua a privilegiar o rigor, a exigência e o ensino e aprendizagem, que é afinal o mais importante numa escola.

      Tem corrido muito bem. Foi uma óptima decisão. Sendo verdade que não há lugares perfeitos e que tudo tem aspectos bons e outros menos bons, esta é uma escola que tem muito a evr comigo.

      Obrigada, Paulo. Vou fazendo o melhor que posso e sei. :)

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