segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Amores da vida inteira (I)


Como quem conhece o calor de um colo antigo, ou a doçura de um terno abraço, feito de intimidade e de surpresa, de tempos a tempos, o coração inquieta-se de novo e reacende o desejo de voltar. 
Aqui, há um encanto sublime que não existe em nenhum outro lugar, que se nos revela a cada novo encontro, na luz do fim da tarde reflectida no rio, na quietude dos jardins, no requinte de avenidas e praças, na sofisticação despreocupada que invade tudo e devagar se nos impregna na pele, e se demora em nós, semelhante a um vício impossível de abandonar; é uma complexa e singular mistura, de charme, de beleza, de sensualidade e de emoção, que nos enamora e enfeitiça e, como uma boa maldição, se nos instala na alma, e no corpo, para sempre.

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